Sempre gostei de viajar, quero conhecer o mundo.Mas a Escandinávia não era o lugar que figurava no ínicio da minha lista de quereres. Copenhagen acabou acontecendo em minha vida e em minha alma.Lugar que há seis anos visito constantemente.
É uma linda cidade,com grandes parques que mudam de cores às diferentes estações.Museus , os quais se destacam: O Museu Nacional de Arte da Dinamarca (State Museum for Kurst) ao lado do jardim Botânico e em frente ao parque real de Rosemborg. O Museu de Arqueologia e História Natural (National Museet). O Tivoli parque. A famosa paisagem de Nyhavn com os barcos e suas casas coloridas, numa delas , de um azul claro , morou Hans Christian Andersen que eternizou a pequena sereia como símbolo da cidade, hoje monumento sobre pedra no mar Báltico , junto ao parque de Osterbro com suas fontes e moinho de vento vermelho à esquerda do Palácio Real.
Do outro lado, depois da ponte Langebro, o bairro Christiania , uma área constituída por comunidades alternativas, fundada por hippies que tomaram uma base militar e ali se instalaram nos anos 70, com suas casas de madeiras coloridas, barracas, artesões e cachorros. Christiania, ainda é sinônimo de liberdade, cheia de jovens, sem muita interferência governamental, não se paga impostos e pode se consumir drogas leves(soft drugs) como maconha, haxixe e etc... O bar central onde sempre bebo uma cerveja, têm uma decoração retrô , mesas de bilhar e o teto do banheiro é um aquário.Há muito que se descobrir e a visitar.
Fico sempre em Hellerup, bairro mais à oeste, há 10 km do centro da cidade, com lindas casas e embaixadas , inclusive a brasileira, à beira da ferrovia , perto da estação. Fico na Lille Strandvej, que significa pequena bela rua em direção ao mar, a praia e o porto de Tuborg. Do outro lado avista-se a Suécia.
Tenho minha rotina, que é ir aos supermercados, o Netto , o Irma e o Super-Burgsen, adoro fazer pesquisa de preços e compras. Às vezes vou à academia a Fitness DK , na estação Svanemollen, a primeira depois de Hellerup em direção ao centro. Outras, corro pela orla até Klampenborg, a praia de Charlottenlund observando à Suécia a minha direita, os velejadores, os pássaros e com eles vôo longe.
Desta vez , no sábado à noite fui assistir um espetáculo: Late Night, no Norrebro Teatret, onde Morten , namorado de Lotta, minha amiga é sonoplasta. O show foi um misto de stand up comedy. Adorei um dueto de um DJ e um violoncelista que fez todos dançarem, numa espécie de Rave. Depois, Morten fez um tour pelo teatro e terminamos numa festinha para os técnicos, atores e toda equipe.
Gosto de caminhar, desço na Central Station, passo pelo Glyptotek Museum que é o meu preferido, sento à beira d’água defronte da Black Diamond Library com sua moderna arquitetura de Shcmidt Hammer Lassen, incorporada à Royal Danish Library. Atrás da qual tenho meu jardim secreto, com meu banco predileto, onde sento e consigo não pensar, leio e contemplo os marrecos a brincarem na fonte central.
Passo pelo centro, paro na Fona que é uma espécie de Fnac para ver as novidades dos filmes dinamarqueses. Caminho pela famosa e colorida Nyhaun, com seus veleiros e onde se pode pegar um barco para um passeio pelos canais da cidade. Continuo até o The Royal Danish Playhouse, o novo e moderno teatro de drama dos arquitetos Lundgaard & Tramberg, inaugurado em fevereiro de 2008, onde assisti Hamlet e agora Sollness , O Construtor de Ibsen que assisti pela primeira vez com Paulo Autran e o grupo Tapa.
Do teatro se avista do outro lado a nova Casa de Ópera de Henning Larsen, aberta em 2005, onde assisti entre outras óperas Bat de Strauss, Rusalka de Dvorak e Lucia Di Lammermoor de Donizetti.
Gosto de voltar para Hellerup de ônibus, contemplando a cidade, a transmutação das cores que anoitecem no horizonte. À noite , degustando os melhores vinhos, relembro e conto meu dia, à minha maneira, com mais dramas, mais cores e calor. Quando fixo a chama da vela que doura de fogo o vidro e pela janela a vejo tremulante e trepitante, como as folhas das árvores que dançam lá fora na noite escura e gélida do vento que sopra das estepes russas à Escandinávia . Sei, já é hora de dormir.
Fotos: Fabricio Matheus
Ilustração da revista TA' I TEATRET
Sempre tive vontade de conhecer a Dinamarca e através de seu relato pude me sentir um pouquinho lá também.
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