sexta-feira, 30 de novembro de 2012

...EU SINTO QUE TE AMO PROFUNDAMENTE...





"O tempo é um ponto de vista. Velho é quem é um dia mais velho que a gente..."Mario Quintana


- A minha mãe era índia, é dizia: - não envelheça meu filho! Tudo acaba por baixo; panela de barro, rede e assoalho…
Só agora é que eu entendo. Meu pai era um preto, nunca foi no médico, teve um infarto e se borrou. Minha mãe além de chorar , falou;- Não te disse é tudo por baixo…
-Nunca envelheça doutor!
-Mas amigo , não têm jeito, ou envelhecemos ou morremos…
-É mais não é fácil, quando começa ...é só ladeira abaixo.
-Então vamos! Por quê pediram o seu exame? O que você está sentindo?
- Eu não sentia nada! Mas disseram que minha prostata estava grande. .. Foi uma, foi duas raspagem , e a coisa só piora!!!! É toda hora aquele ardor, aquela vontade de urinar….
- Antes que ele terminasse, já tinha eu terminado o exame. Orientei e perguntei quando seria o seu retorno.
- Doutor, eu trabalho aqui, sou amigo dos médicos, é só pegar e levar lá!!!
- O meu médico é aquele alemãozão , conhece; ele é famoso, têm o dedo maior que a mão.
- E eu só escutando. O mais engraçado, era que o sujeito era enorme, um mestiço, mameluco , meio mulato. E contava com um humor que contagiava.Têm gente que têm o dom.
Entremeios as frases, sempre : - Nunca envelheça ,doutor!
-Eu escutava e ria.
- O senhor ri, mas não é brinquedo.
- Ainda bem que aproveitei bem a minha juventude. Minha mãe, a índia, também dizia , faça tudo enquanto se é jovem. Ah! Isso eu fiz!Então não posso reclamar.
- Meus colegas , aqui do hospital, tiram sarro da minha cara!
- Pergunta: - Você foi no alemãozão de novo?
-  E têm jeito, tive que ir. E aí, como é que é?
- É uma consulta. Ele  te examina , depois faz o toque…
- Com aquele dedão?
- É o dedo que ele têm…
- Mais e aí?
- Aí, que agora eu já me acostumei…
-Mas a primeira vez, quando ele me examinou e estava com o dedo bem lá dentro, ele perguntou: - Sente alguma coisa?
- Eu pensei, pensei...respire fundo... e sussurrei,   antes que ele repetisse a pergunta, eu disse:
- Doutor, eu sinto… profundamente…  que eu te amo …
- Eu rindo, e ele continuou ,com aquele jeito de quem sabe contar causos e transformar os algúrios em alegrias…
- Pode rir doutor! Todo mundo ri, até o alemãozão , quando eu disse isso, nem ele se aguentou de rir…quase se molhou…
- Como dizia minha índia mãe, tudo acaba por baixo e embaixo …


*Às vezes as histórias mais divertidas, são contadas com o humor daqueles que padecem...
Independente da piada e da história, faça sua prevenção e envelheça com saúde, pois tudo acaba por baixo!!!!.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

ANA JULIA E O AMOR QUE ELA AINDA DESCONHECE




"Detalhes tão pequenos de nos dois, são coisas muito grandes para esquecer..."Roberto Carlos



Ana Julia é  a filha do  meio do meu primo Clóvis. Ela com aquele tamanho e com pouca idade,  já têm  uma personalidade forte e sabe o que quer, é um ser único.
Ela chega tímida, mas quando, reconhece o lugar e as pessoas ,é do tipo que se faz presente.
O aniversário do meu sobrinho Gustavo, foi um pretexto para um reencontro da família:- os mais velhos, os envelhecendo e a nova geração.
Estávamos ao redor da mesa, como é comum no interior, tudo entorno da mesa.
Ela chegou e quando se sentiu em casa, começou a cantar ,  primeiro as  musiquinhas que aprendeu na escola, de repente de chofre , ela começa a cantar a música que a tia Alba lhe ensinou .  
Com seus olhos grandes de jaboticabas brilhantes , lábios pequenos mas não finos, e suas mãozinhas no ar a dançar  como mariposas, começou:
- ...Eu tenho tanto para lhe falar
Mas com palavras não sei dizer
Como é grande o meu amor por você...
Eu viajei, para um outro planeta, enquanto ela seguia de cor e de coração, não como um papagaio que somente repetia a letra e a canção. Mas tinha algo mais ali; nela e na canção. Era uma canção , que acho que ela não sabia, ou entendia todo o teor da letra, mas que ela gostava, e por isso a graça e o encanto.
Onde  eu me encontrava,  revi meus amores perdidos, minhas dores, meus sentimentos, minha fragilidade, meu mais que humano... E pensei nela, tão pequena, com um mundo de amor , alegrias e dores a descobrir e a viver...
...Nem mesmo o céu, nem as estrelas
Nem mesmo o mar e o infinito...
Não tive pena, só compaixão, e no meu íntimo,  desejei-lhe toda a sorte e a força do mundo, para enfrentar a tormenta de sentimentos e conflitos que faz parte do doce deleite da vida.
De volta, e quase não aguentando-me por dentro. Segurando as lágrimas nos olhos marejados como quem segura a força de um rio para não alagar e desabar num choro; ela terminou:- Como é grande o meu amor por você.
Aplaudi como os demais presentes, dei um forte abraço na pequena que estava na minha frente, e saí com desculpas para o banheiro.
Não que precisasse  de ir ao banheiro , eu precisava esconder as minhas lágrimas e a minha dor.
Eu precisava me ver no espelho, ver os meus olhos e a minha alma. Eu precisava me rever nu, que foi como a Ana Julia me deixou com a sua canção do Roberto.  Rever a  minha fragilidade, o meu humano. Apesar de tê-la abraçado,  eu precisava de alguém que me abraçasse, mesmo que fosse eu...
Recomposto do assombro, e renovado, voltei para a mesa como se nada tivesse acontecido. Chamei a Ana Julia, e pedi que ela cantasse comigo , e novamente  começamos:
.... E não há nada pra comparar
Para poder lhe explicar
Como é grande o meu amor por você
Nem mesmo o céu, nem as estrelas
Nem mesmo o mar e o infinito
Não é maior que o meu amor, nem mais bonito 
Me desespero a procurar
Alguma forma de lhe falar
Como é grande o meu amor por você
Agora quase toda a mesa  cantava junto e terminamos num uníssono e com aplausos:
Nunca se esqueça nem um segundo
Que eu tenho o amor maior do mundo
Como é grande o meu amor por você....
Ana Julia, você foi inesquecível!

domingo, 25 de novembro de 2012

O ESPECTRO DO SEX-APPEAL


"Ainda não vi ninguém que ame a virtude tanto quanto ama a beleza do corpo." Confúncio

Fotos e produção: Fabricio Matheus
Make-up:Pedro Sampaio
Coloaboração:João Hannuch

PS:Nem preciso dizer que este autoral não entrou no meu portifólio da EPA.