terça-feira, 24 de setembro de 2013

O DESEJO E O MASSAGISTA NEGRO De Tennessee Williams


Desde o princípio de sua existência Anthony Burns traíra o instinto de ser contido por coisa que o engolfassem. Em sua família houvera quinze crianças, sendo ele o que menos atenção recebia, e quando começou a trabalhar , após concluir o colegial na classe mais numerosa de que se teve notícia nos anais daquela instituição, empregou-se na maior empresa atacadista da cidade. Tudo o absorvia, tudo o engolfava, e mesmo assim ele não se sentia seguro. O lugar em que se sentia mais seguro era o cinema. Adorava sentar nas fileiras do fundo, onde a escuridão absorvia suavemente e ele era como um bocado de comida se dissolvendo no interior de uma boca enorme e cálida. O cinema lambia –lhe a mente com uma língua tenra, palpitante , cujo embalo por pouco não o fazia adormecer. Sim, uma cachorra grandalhona e de tão profundo instinto maternal que lhe servisse de babá não seria capaz de dar lambidas tão meigas nem proporcionar repouso tão reconfortante como fazia o cinema quando ele ia para lá após o expediente. Sua boca se entreabria diante da tela e a saliva se acumulava dentro dela e a baba escorria pelo queixo e ele se sentia tão completamente relaxado que todas as gasturas e torções da ansiedade acumulada ao longo do dia simplesmente desapareciam. Não prestava atenção na história, apenas observava as figuras se movendo na tela. O que elas faziam lhe era indiferente , interessavam-no somente as figuras que o aqueciam como se estivessem aninhadas bem ao seu lado no escuro da sala de cinema, e ele amava todas elas salvo as que tinham vozes estridentes.
Era um sujeito dos mais tímidos esse Anthony Burns, sempre correndo de uma forma de proteção para outra, mas nunca encontrando nenhuma que lhe parecesse duradoura o bastante.
Aos trinta anos de idade em virtude de tanta proteção, ele ainda trazia no rosto e corpo as feições indefinidas de uma criança, e movia-se como uma criança na presença de velhos ranzinzas. Em todos os movimentos de seu corpo, em todos os esgares de seu semblante e inflexões de sua voz notava-se um tímido pedido de desculpas dirigido ao mundo pelo pouco espaço que nele lhe havia sido dado ocupar. Não era de perguntar o porquê das coisas. Só sabia o que dele exigiam que soubesse, e sobre si mesmo não sabia nada. Não fazia a menor idéia de quais eram seus verdadeiros desejos. O desejo é algo que acaba por ocupar um espaço mais amplo do que o que lhe é concedido pelo indivíduo, e isso se aplicava com especial justeza ao caso de Anthony Burns. Seus desejos, ou antes, seu desejo básico, era tão desmesurado que o engolfava como um casaco que devesse ser dez vezes menor, ou antes, como se fosse preciso dez vezes mais de Burns para que o casaco servisse.
Porque os pecados do mundo são, com efeito, apenas suas imperfeições, suas incompletudes, e é isso que os sofrimentos devem servir de expiação. A parede que deixou de ser feita numa casa por terem se acabado os tijolos, o cômodo que faltou mobiliar porque os recursos da família mostraram-se insuficientes – esse – tipo de incompletude normalmente é ocultado ou disfarçado por meio de soluções improvisadas. A natureza do homem está repleta de improvisações , concebidas por ele próprio para esconder sua incompletude. Ele sente que há uma parte sua que é como uma parede que faltou ser erguida , um cômodo que não pôde ser mobiliado, e faz de tudo para compensar isso. O uso da imaginação, lançando mão dos sonhos ou do propósito mais elevado da arte, é uma máscara que o homem idealiza para esconder sua incompletude.  Assim também a violência, como na guerra entre dois homens ou alguns países, é uma compensação cega e insensata pelo que permanece informe na natureza humana. E ainda há outra forma de compensação. Ë a que subjaz ao princípio da expiação , a submissão do eu a tratamentos violentos impingidos por outros com o fito de assim purgar sua culpa. Era essa última forma de compensação que Anthony Brins havia inconscientemente escolhido para si.
Agora aos trinta anos de idade , ele estava prestes a descobrir o instrumento de sua expiação. Como todas as outras coisas em sua vida, isso se deu à revelia de quaisquer intenções ou esforços seus.
Certa tarde, numa tarde de sábado do mês de novembro, Burns saiu do trabalho na gigantesca empresa atacadista e se dirigiu a um lugar em cuja fachada havia um letreiro de néon vermelho que dizia: “Banhos Turcos e Massagem”. Nos últimos tempos ele andava sentindo uma dor  de origem indefinida na base da coluna, e um de seus colegas do escritório havia lhe dito que algumas sessões de massagem resolveriam o problema. Seria de esperar que a simples menção a uma coisa dessas o deixasse apavorado, mas quando o desejo convive permanentemente com o medo, sem nenhum anteparo entre os dois, o desejo tem de usar de muita astúcia, tem de tornar-se tão velhaco quanto seu adversário, e essa foi uma das ocasiões em que o desejo ludibriou o inimigo que dividia com ele aquele teto. Mal ouviu a palavra ”massagem”, o desejo acordou e pôs-se a envolver com uma espécie de vapor anestesiante todos os nervos de Burns, pegando o medo desprevenido e permitindo que Burns passasse de mansinho por ele. Praticamente sem saber que de fato iria, Anthony Burns foi à sauna naquele sábado à tarde.
A sauna ficava no subsolo de um hotel, bem no meio dos inflamados nervos mercantis do centro da cidade, e todavia era um pequeno mundo à parte. O segredo impregnava a atmosfera do lugar e parecia ser o seu propósito. A porta de entrada exibia uma abertura oval dotada de vidro leitoso, através da qual só era possível detectar uma luminosidade débil. E após ter sido admitido, o freguês ainda tinha de se haver com um labirinto de divisórias, de corredores e cubículos separados uns dos outros pro cortinados, de recintos com portas opacas e globos de luz leitosos e espessas camadas de vapor. Havia dispositivos de ocultação por toda a parte. Uma vez despojados de suas vestes, os corpos dos fregueses eram envoltos por lençóis brancos que lembravam a lona drapejada de uma barraca. Eles se arrastavam como fantasmas, exceto pela respiração, e estampavam uma expressão quase vazia no rosto. Vagueavam como se não tivessem pensamentos que os conduzissem.
De quando em quando, porém, passava pelo corredor principal um massagista. Os massagistas eram todos negros. Pareciam especialmente negros e concretos contra os ondulados cortinados brancos da sauna. Não se cobriam com lençóis, vestiam largas ceroulas de algodão e circulavam com muita energia e determinação. Tinha-se a impressão de que ali a autoridade era toda deles. Falavam alto e sem medo, jamais sussurrando com o tom de quem pede desculpas como faziam os fregueses ao solicitar-lhes orientações. Essa era, de direito, a sua província, e as manzorras negras com que escancaravam os cortinados brancos pareciam igualmente capazes de agarrar relâmpagos no ar e atirá-los de volta às nuvens.
Anthony Burns hesitou mais do que a maioria diante da entrada da sauna. Assim que passasse pela porta com a abertura de vidro leitoso, sua sorte estaria lançada e não se exigiria dele mais nenhuma ação ou vontade. Pagou dois dólares e cinquenta, o preço da sauna com massagem, e desse momento em diante teve apenas de seguir instruções e submeter-se a cuidados. Não demorou para que um massagista negro se aproximasse e o pusesse em movimento, fazendo-o seguir em frente , virar num corredor secundário e por fim entrar num dos compartimentos acortinados.
“Tire a roupa”, disse o negro.


O negro já percebera que havia algo de estranho com esse seu cliente, por isso, em vez de sair do cubículo acortinado, permaneceu encostado a uma parede enquanto Burns obedecia à ordem e despia-se. O homem branco deu-lhe as costas e pôs-se a lutar canhestramente com suas escuras roupas de inverno.Levou um tempo enorme para livrar-se delas , não porque tivesse alguma intenção de demorar nisso, mas por causa do torpor onírico em cujas  profundezas ia mergulhando. Um devaneio quimérico o enredava, suas mãos  e dedos não pareciam ser seus, estavam entorpecidos e cálidos como se alguém atrás dele os segurasse e manipulasse seus movimentos. Mas ele por fim ficou nu, e quando voltou lentamente a encarar o massagista negro, os olhos do gigante davam a impressão de que não o viam, e contudo tinham um brilho que não estava lá antes, uma cintilação líquida que os assemelhava a dois pedaços de carvão úmido.
“Vista isso”, ordenou ele, estendendo um lençol branco pra Burns.
Agradecido , o homenzinho se enrolou no imenso corte de tecido grosseiro e, suspendendo-o delicadamente sobre seus pés miúdos e femininos, seguiu o massagista negro ao longo de outro corredor de cortinados brancos farfalhantes, rumo à entrada de um recinto de vidro fosco, onde funcionava o banho turco. Ali seu condutor o deixou. As paredes embaçadas arfavam e suspiravam conforme liberavam o vapor. E o vapor revoluteava ao redor da figura nua de Burns, envolvendo-o num calor e umidade tais que lembravam o interior de uma boca colossal; ah! , deixar-se narcotizar e dissolver nesse vapor alvo e ardente que emanava com um silvo ininterrupto de paredes invisíveis.
Após algum tempo o massagista negro retornou. Com um resmungo imperativo levou o tiritante Burns de volta ao cubículo onde este deixara  suas roupas. Uma maca branca fora introduzida no compartimento durante sua ausência.
“Deitai aí”, disse o negro.
Burns obedeceu. O massagista negro despejou álcool sobre Burns, primeiro no peito, depois na barriga e nas coxas. O líquido escorreu por todo o seu corpo, pinicando-o como uma miríade de insetos. Ele soltou um pequeno gemido e cruzou as pernas sobre a queixa desesperada de sua virilha. Então, sem nenhum aviso, o negro ergueu a mão espalmada e desferiu uma tremenda pancada na barriga macia de Burns. Todo o ar que o homenzinho tinha nos pulmões saiu-lhe de um golpe pela boca, e ele ficou alguns instantes sem conseguir respirar.
Assim que o primeiro choque passou, Burns foi inundado por uma sensação prazerosa. Partindo como uma torrente de ambas as extremidades do corpo, ela corria  em direção à cavidade latejante de sua virilha. Ele não ousou olhar, mas sabia que o negro devia estar vendo. O gigante negro sorria.
“Bati forte demais?”, resmungou ele.
“Não”, disse Burns.
“Vire-se”, mandou o negro.
Burns tentou se mexer, mas foi em vão; a lassidão o imobilizava. O negro riu, agarrou-o pela cintura e o virou de bruços com a mesma facilidade com que teria virado um travesseiro. Então começou a bater em seus ombros e nádegas com golpes de violência crescente, e à medida que cresciam a violência e a dor, o homenzinho ia ficando cada vez mais arrebatadamente incendiado com sua primeira satisfação de verdade, até que de súbito um nó se desfez em seu púbis , liberando um fluido quente.
É assim que se descobre o desejo de um homem, de chofre, e uma vez tendo sido ele descoberto, a única coisa que se impõe é a capitulação, aceitar o que vem pela frente e não questionar nada; Burns fora feito expressamente para isso.

O funcionário de colarinho-branco retornou vezes sem conta ao massagista negro. Formou-se rapidamente entre eles um entendimento sobre o que Burns queria; Burns estava em busca de expiação e o massagista negro era o instrumento natural para isso. Ele odiava corpos de pele branca, pois feriam seu orgulho. Deliciava-o ter diante de si um corpo branco em decúbito ventral e descer com vontade o punho ou a mão espalmada naquela superfície passiva. Custava-lhe muito manter seu impulso sob controle, refrear o desejo de desferir pancadas mais ferozes, conter-se para não usar de toda a sua força. Porém agora, depois de tanta espera, a pessoa certa adentrara a órbita de sua paixão. No funcionário de colarinho-branco ele encontrara tudo o que ansiava.
Nos momentos em que o gigante negro descansava, quando sentava nos fundos  da sauna para fumar um cigarro ou devorar um chocolate, vinha-lhe à mente a imagem de Burns: um corpo branco nu, repleto de marcas vermelhas furiosas. A barra de chocolate parava pouco antes de tocar-lhe os lábios, que se espraiavam num sorriso sonhador. O gigante amava Burns e Burns venerava o gigante.
Burns tornou-se um funcionário relapso. Interrompia-se ao datilografar uma encomenda para a fabrica, reclinava o corpo na cadeira e deixava que o gigante surgisse no ar diante del. Então sorria e seus dedos, perdendo a rigidez que a máquina de escrever lhes incutia, caíam pesadamente sobre a escrivaninha. Às vezes seu chefe parava junto dele e o advertia em tom colérico; “Burns!Burns! Você por acaso acha que é pago par pensar na morte da bezerra!?”.
A violência das sessões de massagem aumentou de forma razoavelmente gradativa ao longo de todo o inverno, mas no mês de março houve um salto súbito e pronunciado.
Um dia Burns saiu da sauna com duas costelas quebradas.
Todas as manhãs ele chegava ao trabalho mancando, com movimentos cada vez mais lentos e doloridos , mas ainda podia justificar sua condição dizendo estar com reumatismo.
Certo dia seu chefe quis saber se ele estava se tratando. Burns mencionou as sessões de massagem.
“Pelo visto não estão surtindo efeito”, disse o chefe.
“Estão, sim”, retrucou Burns. “O senhor não imagina o bem que isso me faz!”
Nesse mesmo dia, após o expediente, Burns foi pela última vez à sauna.
Sofreu uma fratura na perna direita. O golpe que provocou a fratura foi tão formidável que ele não consegui conter um urro de dor. O gerente do estabelecimento ouviu e foi até o cubículo onde estavam os dois.
Ainda de bruços, a cabeça projetada para fora da maca, Burns vomitava.
“Santo Deus!”, exclamou o gerente. “O que está acontecendo aqui?”
O gigante negro deu de ombros.
“Ele pediu pra bater mais forte”
O gerente olhou com atenção para Burns e viu inúmeras equimoses.
“Mas que diabo é isso? Por acaso você pensa que está na selva?”, indagou ao massagista.
Novamente o gigante negro deu de ombro.
“Fora daqui!Rua!”, vociferou o gerente. “E leve esse pervertido com você!Nunca mais ponham os pés aqui dentro , ou acabo com a raça de vocês dois!”
O gigante pegou no colo o parceiro entorpecido e o levou par um cômodo situado no bairro negro da cidade.
Ali, durante a semana , teve prosseguimento a paixão dos dois.
Esse interregno coincidiu com os últimos dias da Quaresma. Durante essa celebração de expiação humana, o massagista negro levava a efeito seu propósito com Burns.
Na câmara da morte , todas as janelas permaneciam abertas. As cortinas esvoaçavam como se fossem pequenas e sedentas línguas brancas lambendo a rua, de onde parecia vir um cheiro opressor de mel.
O massagista negro se debruçou sobre a vítima agonizante.
Burns sussurrava alguma coisa.
O gigante negro assentiu com a cabeça.
“Sabe o que tem de fazer agora?”, indagava-lhe a vítima. O gigante negro assentia com a cabeça.
O gigante pegou nos braços o corpo desconjuntado de Burns e o colocou com cuidado sobre uma mesa limpa.
Em seguida , pôs-se a devorá-lo.
Precisou de vinte e quatro horas para deixar limpos aqueles ossos esmigalhados.
Quando terminou, o céu tingira-se de um azul sereno e já não  se sentia o cheiro de mel, havia uma sensação de completude no ar.
Uma vez limpos, os ossos brancos que restaram da expiação de Burns foram colocados num saco e levados até o ponto final de uma linha de bonde.
Lá o massagista se dirigiu a um píer deserto e despejou o conteúdo de seu fardo na superfície imperturbada do lago.
Ao voltar para casa, ele refletia sobre a satisfação que havia sentido.
Sim, foi perfeito, pensava. Não faltou nada!
Depois enfiou seus pertences no saco em que havia carregado os ossos; um terno azul impecável, com o qual ocultava o corpo perigoso, alguns botões de madrepérola e um retrato de Anthony Burns ainda menino.
Mudou-se para outra cidade, tornando a empregar-se como massagista. E ali, num ambiente repleto de cortinados brancos, serenamente convicto de que o destino lhe encaminharia alguém para sofrer a mesma expiação que Burns havia sofrido, pôs- se a  aguardar impassivelmente, atrás de uma porta de vidro leitoso , a chegada de sua próxima vítima.
Nesse ínterim, languidamente e quase sem dar por isso, a população inteira da Terra se contorcia e estrebuchava sob a manipulação dos dedos negros da noite e brancos do dia, com esqueletos esmigalhados e carne reduzida a polpa, como se a resposta a esse problema improvável, a perfeição, fosse sendo vagarosamente engendrada pela tortura.

Abril de 1946
Fonte: 49 Contos de Tennessee Williams da Companhia das Letras.
Arte:Fabricio Matheus
Foto 1 Fabricio Matheus
Fotos 2e3 Herb Ritts




QUANDO NÃO O DIA E SIM A NOITE



“A  alegria há de ser a nota dominante do dia de hoje e também amanhã. Ao mesmo tempo , perceba que a alegrai sofrerá a aparente conspiração do mundo e das circunstâncias para sair desse lugar de nota dominante.”Quiroga


Não acordei bem, felizmente ou infelizmente , sou só, moro só e não tive que discutir o relacionamento no café-da –manhã.
Apesar da garoa , às vezes chuva leve, não tinha trânsito no caminho para o trabalho. Mas , ah! o trabalho foi longuíssimo e a manhã parecia uma eternidade, e a funcionaria não queria trabalhar e resolveu brincar de esconde-esconde. A tarde foi melhorzinha. Mas  nem a academia salvou, o professor de spinning atrasou por causa do trânsito, que é a desculpa de sempre numa grande metrópole como São Paulo; a loirinha que substituiu o professor , teclava mais no seu i-phone que pedalava.
Enfim, a chuva cessou, passei no supermercado e resolvi mudar o meu dia, ainda tinha a noite. E no crepúsculo , enquanto passeava com o Otto, meu cachorro, fui pensando e imaginando no mistério que aquela noite de segunda-feira de lua cheia poderia se transformar e assim mudar o dia que já era passado.
Abri uma garrafa de Coyam, pus a mesa com meu guardanapo de linho, minhas taças de cristal austríaco , acendi minhas velas dinamarquesas e comecei meu laboratório de química....
A entrada, uma salada de alface com molho de mostarda e mel e raspas de parmesão.
Fiz um risoto nero de sépia, que servi  com  uns camarões na cebola, cheiro-verde , pimenta fresca e leite de coco .
De sobremesa , acompanha por uma taça de Sauternes, podia escolher entre um creme de mascarpone com calda de goiabada ou figos maduros com chocolate amargo e farofa de castanha do Pará. ..
O nespresso de caramelo, fui encontrá-lo frio na manhã seguinte.
Nos reflexos distorcidos de mim nas superfícies polidas do entorno,  só conseguia ver meu sorriso... apaguei as chamas e deixei que a noite me levasse...  só lembro que sonhei demais.

Fotos :Fabricio Matheus



quarta-feira, 18 de setembro de 2013

BALA NA CABEÇA


ESTAS IMAGENS SÃO FOTOS MACRO DE UMA TOMOGRAFIA DE UM JOVEM DE 19 ANOS QUE FOI BALEADO NA CABEÇA. 
É A DESTRUIÇÃO  PELA VIOLÊNCIA  E VIOLENTA DO CEREBRO DE UMA RAPAZ QUE NÃO EXISTE MAIS.   HOJE SUA AUSÊNCIA  É PREENCHIDA PELA MEMÓRIA DE SUA CURTA VIDA NA DOR E NO AMOR DE SUA FAMÍLIA E PRINCIPALMENTE DE SUA MÃE.
ESTA VIDA DESTRUÍDA, ESTE CEREBRO PODIA AINDA ESTAR PENSANDO E PRESENTE.
A VIOLÊNCIA É UMA MARCA INDELÉVEL!

Fotos e Arte:Fabricio Matheus

















terça-feira, 3 de setembro de 2013

A LITTLE HAIKAI



EVERY MORNING
I MAKE RAINING
WITH MY LITTLE BLUE ELEPHANT
OVER MY RED GERANIUMS
SOMETIMES
WHEN IT'S SUNNY
I CAN SEE A RAINBOW OVER THEM...


Foto:Fabricio Matheus