DIA DO MÉDICO 18/10/2012

Tinha uma utopia de mudar o mundo quando fiz medicina. Influenciado pelo tio Ailton, que sempre e muito me apoiou. O tio Everton e minha familia.
Influenciado pelo livro "Medico de homens e de almas"de Taylor Cadwell sobre a vida de São Lu

cas.
A realidade da prática médica é um outro mundo. Continuo fiel aos meus principios e ainda me surpreendo com as coisas que fiz e faço... e o quanto ainda aprendo no dia-a-dia , escutando as dores e alegrias alheias.
A medicina permitiu que eu tivesse amantes como o teatro, que eu flertasse descaradamente com a fotografia e outras artes.Que eu conhecesse lugares e pessoas diferentes e iguais ; que eu convivesse com a igualdade e a diferença, que com os meus acertos e erros, ainda me faz um eterno "caçador de mim"...
A medicina me permite que eu auxilie os meus próximos a morrerem dignamente e assistidos( a isso eu me curvo de joelhos).
Assim, acho que o pouco que faço, sem mágica, sem poderes, com muito esforço e dedicação , vai aos poucos de encontro com aquela utopia de mudar o mundo e que me fez médico.
Feliz dia dos médicos!Muita dignidade e ética!.

A IMINÊNCIA DAS POÉTICAS-30 BIENAL DE SÃO PAULO

"Temos a arte para não morrer da verdade."F.Nietzche

"A arte é a auto-expressão lutando para ser absoluta."Fernando Pessoa

A 30 Bienal de Arte de São Paulo , que iniciou-se em 7 de setembro e termina no dia 9 de dezembro, com curadoria de Luis Pérez-Oramas e o motivo A iminência das poéticas, que pode ser entendida como aquilo que está a ponto de acontecer, como o que está suspenso, em vias de efetivação; a poética entendida como discurso, expressão que se potencializa e se transforma em comunicação por meio das artes.

Fiquei surpreso e muito me agradou-me ,  pela clareza das exposições , com predomínio da Fotografia como expressão artística e vídeos, como a terceira arte, o cinema.

São cerca de 3 mil obras e 111artistas, pensada para funcionar constelarmente, com agrupamento dos mesmos pela relação e linguagem de expressão. Um olhar sobre o processo criativo de artistas de diversas procedências e gerações, fazendo da exposição um entrelaçar imaginário e criativo com um tema comum, a poesia e a arte que transforma o humano.

Dentre os artistas, os que mais despertaram-me atenção foi o peruano Edi Hirose, Thiago Rocha Pitta, o espaço dedicado a obra de Arthur Bispo do Rosário, Nino Cais, Mark Morrisroe e Alair Gomes com seus meninos de Ipanema.

A exibição além de fácil digestão, oferece momentos emocionantes como as projeções dos cartões postais com a escrita, o que nos permite relembrar nossas viagem e viajar com o artista.

Paralelo a mostra que acontece no parque do Ibirapuera, há palestras, visitas guiadas, grupos de discussão, simpósios, conferências com críticos e artistas e  mostras  acontecendo em outros locais, como na casa Modernista, Capela do Morumbi, Museu da FAAP, enfim, até dezembro há um mundo a ser descoberto , recriado e discutido na cidade de São Paulo, uma experiência única na América Latina, que merece ter a participação ativa da população, pois todas as atividades são gratuitas, e esta constelação de artes  esteve quase preste a não acontecer.

Por este motivo, quanto mais se participar, mais se difundir, Mais força e apoio terá a Fundação Bienal de São Paulo para continuar a acontecer  e a enriquecer de arte e conhecimento, discussão e transformação. Pois só a arte nos salvará do vazio mais que humano que cada vez mais  se alastra na política e no país.

Sendo repetitivo, para enfatizar que só uma educação e cultura favorecerá uma discussão e uma transformação, poética e artística do homem e da sociedade.

Cada um que visitar a Bienal, certamente sairá com um pouco mais de poesia , alento e esperança. ..

Fotos: Fabricio Matheus /i-phone e Instagran

MAXXI- MUSEO NAZIONALE DELLE ARTI DEL XXI SECOLO

“A arquitetura deve oferecer prazer. Ao entrar num espaço arquitetônico, as pessoas deveriam vivenciar uma sensação de harmonia, como se estivessem  numa paisagem natural, para além das dimensões ou do valor econômico.” Zaha Hadid

O MAXXI- Museo Nazionale delle Arti del XXi Secolo, foi construído para ser um centro cultural que além de um museu de arquitetura, use o seu espaço para atividades experimentais, biblioteca, auditório, recepção, café, restaurante, lojas, escritório, áreas de serviço e amplos espaços públicos ao ar livre.

Assim, as diferentes funções distribuídas no espaço estariam unidas ao tecido urbano da área e- este é o aspecto mais importante- contribuiriam para uma urbanização interna no campus, assim o projeto que foi inaugurado em 2009 descobriria itinerários dormentes no entorno, e tornar-se –ia parte da cidade, não como um local fortificado, mas ao contrario, um espço para se atravessar e se mover com liberdade.

A arquiteta em seu projeto teve uma ideia de criar um espaço que não se esgote em um trajeto linear, mas que ofereça uma complexa rede de conexões  e de percursos que, articulando-se ao interior do museu, proporcione aos visitantes a possibilidade de sempre descobrir novos itinerários de visita.

Fotos:Fabricio Matheus

ROMA

“ Quem tem boca vai a Roma”ditado  popular

Roma a cidade eterna. Não há muito o que falar sobre Roma, tem que se ir a Roma.

Sempre terei uma frustração  em relação a Roma, por que , nunca poderei entrar na Fontana de Trevi como a Anita Eckeberg no filme Roma, mas enfim.... Sugiro ficar no centro, assim faz-se tudo a pé, visita-se as ruínas , lojas e etc....

Desta fez fiquei num B&B, perto da Piazza Navona , onde entre fontes e igrejas , situa-se a Embaixada Brasileira. Fiquei no Navona Palace Residenze, perto da respectiva praça. É um B&B na via Corso Emanuelle, uma das principais da cidade . O hotel têm uma filial na Piazza dei Fiori. É um prédio antigo, reformado, com amplos quartos, alguns sem janelas, mas comparando os preços da hospedagem em Roma, vale a pena pela localização.

Os Romanos são práticos , mas nenhum pouco educados, então, se precisar , reclame, só assim será atendido, têm que se usar a mesma língua, ou mãos...

Roma está sempre lotada, principalmente nos arredores da Fontana de Trevi. De Borsalino na cabeça visitei a parte história junto ao Colisseo, Bocca di Roma, a igreja de San Pietro in Vincoli onde pode se ver o Moises de Michelangelo, que entre outras obras , como a Pietá em San Pietro, são as que sempre retorno para um alento a alma.

DaPiazza Cavalliere de Malta, pode se ter uma bela visão da cidade e especialmente do Vaticano e San Pietro. NO convento há uma fechadura , chamada :- O olho de Roma, onde entre uma alameda se visualiza ao fundo a cúpula de San Pietro.

A Piazza Navona, Pantheon , Fontana de Trevi  e Piazza d’Espagna são das regiões mais visitadas e como disse mais cheias de turistas. Passei sem demora pela via Condotti para apreciar as vitrines,  tome um expresso no café Grecco o mais antigo de Roma, do lado da loja da Prada  e  descubra novas lojas e tendências de moda nas  ruas perpendiculares.

Desta vez, entre outros museus, visitei o Museu de Arte Contemporanea do Seculo XXI , projeto da arquiteta , Zaha Hadid. Um prédio moderno com instalações contemporâneas.

Não se pode perder o pôr-do-sol da Villa Borghese, com a cidade eterna aos seus pés, leve um vinho para brindar.

Desta vez arrependi-me de não ter comprado uma mala Carpisa, com a mesma qualidade da Sansonite e da Lansay e por 100,oo euros, mas fica para a próxima.

Sempre que vou a Roma , entre outras obras de arte como os murais de Caravaggio, tenho que ver a Santa Tereza em êxtase de Bernini, que fica na Igreja de Santa Maria dele Vitoria. Cheguei as !8:00 horas e estava tendo uma missa com um pequeno números de fiés. Fui para o banco da frente e me posicionei no meio, com minha Canon pendurada no pescoço, fiquei observando a maravilha esculpida em mármore, quando de repente notei que o padre em seu discurso começou a dirigir-se a minha pessoa, dizendo diretamente a mim, que não deveria dar valor as obras externas , mas como também , deveria eu estar ali para cultivar o meu interior.  Eu fiquei escutando , e caso ele continuasse iria

dizer em claro e bom tom, que esta era a minha função ali no meu ultimo dia em Roma.

Felizmente , chegaram umas turistas com enormes óculos escuros e mini-saias e se posicionaram ao lado da estatua de Santa Tereza e o padre silenciou-se e voltou ao ritual de sua missa. Eu aprovetei o ensejo , despedi-me de Santa Tereza e sai como entrei, só que com a alma inebriada de tanta arte , tanta beleza esculpida em pedra bruta.

Fotos:Fabricio Matheus