terça-feira, 28 de agosto de 2012

A QUEDA



Diogo Mainardi,  foi por anos  o mais controverso colunista da revista Veja.  Integra  como jornalista desde 2012  o programa  Manhattan Connexion.no canal GloboNews. Escritor de quatro romances e duas coletâneas de suas colunas para a revista Veja; A tapas e pontapés (Record, 2004) e Lula é minha anta (Record , 2007), lança seu novo livro “A Queda / As memórias de um pai em 424 passos” (Record, 2012).
Neste livro, ela descreve como é ser o pai de um filho com paralisia cerebral vítima de um erro médico.
Ele nos conta esta história ,  a sua história e a de seu filho, dividida em pequenos trechos numerados de acordo com o atual número de passos que seu filho  consegue  atualmente  dar sem cair. Alguns trechos são ilustrados com fotos, desenhos e outras imagens que se interligam e conectam com o texto escrito.
Diogo Mainardi é ateu , critica sempre a religião e ao misticismo em geral, diz-se cético.
Mainardi começou escrevendo sobre cultura e literatura, muito de sua formação vem da influência de Ivan Lessa e Paulo Francis , a quem os considera como mentor. Depois de anos passou a escrever sobre economia e política.
Como ele mesmo escreveu : -“ A cultura me deprime ...o ambiente cultural se acostumou a ideia de que não tem nada de relevante para acrescentar a realidade”, posteriormente abandonou a politica e a economia para dedicar-se a sua vida privada ,  e é esse momento , que o autor divide sua história com seu filho com os leitores.
Diogo, não credita a Deus, ou a qualquer coisa que o faça sentir culpa ou arrependimento , o nascimento de seu filho com paralisia cerebral. Ele analisa os fatos como eles são, com a razão, fazendo um paralelo com a arte e o mundo cultural que o cerca e o absorve, ele vai construindo sua história, ao deixar-se cair junto com o filho. Ele faz do filho que poderia ser uma maldição a sua benção e a sua razão de viver . O seu filho torna-se a sua arte, a sua vida e direciona o seu caminho.
E por meio da razão e da arte, principalmente pelo presente, no sentido de viver o momento, de apreender com a experiência, usando sua cultura, sua construção de humano, como um Renascentista, mesclando, literatura, música, artes plásticas, arquitetura e ciência que ele vai caindo, mas aprendendo com a felicidade da queda a se reerguer e a se  reconstruir. Re-enxergar de novo na queda a possibilidade de culminar o topo da montanha.
A partir do nascimento de seu filho primogênito Tito, o que poderia ser sua queda, torna-se sua ascensão.
 O que poderia o tornar para sempre infeliz, que é a condição do humano, visto que o desejo completo é inatingível torna-se plenitude.
 O desastre torna-se construção e nos emociona com arte e razão, com ciência e praticidade/práxis, sem precisar  de religião, de Deus , ou de qualquer outro tipo de consolação que não esteja dentro dele, ou de nós.
Os 424 passos, são curtos , mas  podem ser longos se você desconhece as referências invocadas pelo autor. Se for este o caso, pare, procure, veja as imagens mais de uma vez. Tente ter um conhecimento sobre um autor, ou artista citado, mesmo que pesquisando no google, certamente neste intervalo, nesta queda de leitura , você chegará ao final , com a possibilidade de ter caminhado uma longa –curta jornada, com um outro olhar, mais complacente, sem preconceitos , sem  uma benevolência santa. Sabendo que de uma forma ou de outra o seu mundo esta e cabe dentro de você.

Arte:Fabricio Matheus




segunda-feira, 27 de agosto de 2012

PEQUENOS ENCONTROS ETERNAS RECORDAÇÕES



 “Au fond de chacun de nous, sommeille une groupie. Qui n’a pas rêvé d’être en tête à tête avec sa star préférée?”Y.Reza

"You never know what will be the success of a film. And it's always comfortable to be making another film when you're reading terrible notices for your last film. You can say, 'Well, that's a pity, but I'm already working on another job.' It helps in your living. You see, if you're only making one film a year, or one film every year and a half, it's hard. Because when it's a failure, what do you do? What do you become? You're dead.”P. Noiret

Ignácio Loyola de Brandão escreveu uma bela crônica sobre os 90 anos de Tônia Carrero, no suplemento Caderno 2 do Estadão na sexta 24 de agosto de 2012, sua lembrança de quando a atriz passou por Araraquara e com Paulo Autran eles terminaram a noite num amanhecer comendo pão com manteiga, efemérides...
Como Cabíria  e Loyola,tenho comigo algumas histórias, acreditem ou não. Já estive por alguns instantes com o Al Pacino depois de sua peça , com a Julie Andrews, a eterna Noviça Rebelde depois de Victor ou Victoria. Com o Kevin Spacey no Old Vic, grande ator no teatro e no cinema, mas neurótico, só dava autógrafos com a sua caneta e tinha um segurança que fazia as fotos se vc quisesse. O contrário do Wood Allen, que pôs a mão no meu ombro e me puxou para sua frente.
Uma vez encontrei sozinho em Paraty o Ben Kinsley, logo depois que ele havia ganhado o Oscar de melhor ator como Ghandi e veio ao Brasil filmar Ö quinto macaco”com a Vera Fisher que não teve muita repercussão , enfim, fiquei quase uma hora caminhando ao seu lado na cidade histórica e ele fotografando.
Outra vez, encontrei com o Paulo Autran na praça XV em Ribeirão Preto, sozinho , numa tarde sentado num banco, conversamos, ele viera a cidade apresentar o monologo “O Quadrante”que já tinha assistido e iria rever naquela noite, falamos um pouco e ele me convidou a ficar ali de olhos fechados , escutando a cidade... A noite , depois da peça, contei-lhe que conseguirá assistí-la de olhos fechados e ele sorriu e disse que tinha me saído bem no exercício daquela tarde.
Essas entrelinhas e bordados poderiam se esticar e extender como um elástico de língua e palavras , mas são para a introdução de um outro encontro que lembrei-me ontem e que de certa forma, por mais efêmero que possa parecer, é como se fosse um segredo, ou aquela lembrança que mais temos apego.
Em 2001, fui assistir L’homme du Hasard de Yasmina Reza em Paris com Philippe Noiret e Catherine Rich direção de Frédéric Belier-Garcia, no Théatrê d’Atellier  18 e, um pequeno teatro em Montmartre, perto da Sacré Coeur , numa pracinha, em que todo o entorno parece encantado, o teatro parece de mentira e de brinquedo.
 Nessa época, tinha um grupo de estudos de teatro em São Paulo, sob a batuta da Barbara Heliodora,e uma das colegas que tinha um apartamento em Paris, já tinha assistido, recomendado e inclusive emprestou-me o texto. Eu entendo francês, mas quanto mais informações melhor. Uma vez, fui assistir uma peça de Paul Claudel (irmão de Camille Claudel)no Comedie Française “L’Echange”e não entendi nada, claro que o sentido da peça, que era uma crítica a americanização da França e etc, mas não entendia quase que nenhuma palavra, o melhor foi no intervalo em que um padre francês, fez um tour pelo teatro, com um discurso de que o teatro francês era infinitamente superior ao Inglês  e que as peças de Shakespeare eram irrelevantes se comparadas a Moliere , Corneille e Racine.
Enfim, voltando ao assunto, já conhecia Philippe Noiret dos grandes filmes de Louis Malle,   Ferreri, Mario Monicelli, Rosi e em 2001 , ele já estava consagrado principalmente pelo “Cinema  Paradiso “ de Tornatore e pelo “O Carteiro e o Poeta” de Radford.
Eu já gostava da Yasmina pela peça Arte e desta vez entendi digamos que o bastante .
Depois da peça, com o programa na mão, um certo temor , perguntei se era possível falar com o Monsieur Noiret, sem deixar-me respirar e nem escutar o bien-sûr, já me vi no camarim .
Comecei falando da peça , de sua performance, do Brasil , aquele blá, blá, blá, mas ele foi aos poucos falando mais e eu fui ouvindo e ficando. ..Falou meu nome como em italiano, e daí a música brasileira, claro, da Garota de Ipanema, da Bossa Nova,Tom Jobim,  da Sônia Braga, do Jorge Amado e depois dele. ..Ele sabia que eu era médico e nesta época  eu ainda não era ator. Falou que como todos os homens tinha uma doença no coração e na alma. Eu não quis entrar na questão medica e  era ele que conduzia o assunto.
Enquanto ele falava, eu escutava e ao mesmo tempo assistia a todos os filmes que havia visto com ele e escutava inclusive as músicas. Por fim , ele disse :- Allez. Perguntou-me como chegará ao teatro , respondi de metro e ele disse:- Moi aussi, allez y. E fomos, caminhando pela praça Charles Dullin, descemos a rue de 3 Fréres, até o Boulevard de la Chapelle em direção a estação de metrô Anvers.
Ele sempre falando de tudo, acho que encontrou no desconhecido estrangeiro eu, alguém que lhe ouvia. No metrô, seguimos direções opostas, eu voltava ao Marais onde estava e ele foi na direção do Trocaderó. Quando nos despedimos, foi mais forte que eu, e sem pensar eu sorri e disse em italiano:- Auita mi Alfredo!
Ele riu e respondeu com humor:- A bientôt Totó.
Ficou me na lembrança o seu olhar, o seu sorriso, o nosso momento. Um homem é mais que o seu trabalho, no fundo menos, diferente e igual mortal.
 A bientôt, quer dizer até logo, com uma certeza de que nos reencontraríamos.
Nunca mais o vi. Monsieur Noiret faleceu em 23 de novembro de 2006 , de câncer, com 76 anos.
Felizmente posso revê-lo de tempos em tempos nos filmes. Cinema Paradiso é um dos filmes de minha vida, sempre choro quando assisto. Consigo esquecer que estive com o Alfredo, quer dizer com o ator, só me lembro depois ... aí sim, eu fecho os meus  olhos e ainda consigo escutar claramente, eternizado na minha memória :- A bientôt Totó.



domingo, 26 de agosto de 2012

ARTE DE YASMINA REZA


"Um homem sério tem poucas ideias. Um homem de ideias nunca é sério"Paul Valery


Acabo de assistir Arte no teatro Renassaince , texto de Yasmina Reza, tradução e direção de Emilio de Mello, com os excelentes atores Vladimir Brichta, Marcelo Flores e Claudio Gabriel.
Felizmente, assisti a primeira montagem do texto dirigida por Mauro Rasi no Teatro Alfa com Paulo Goulart, Paulo Gorgulho e Pedro Paulo Rangel, nesta época já fiquei encantando com a dramaturgia inteligente e instigante da autora  francesa, também atriz.
Tive a felicidade de assistir L’homme du Hazard em Paris com o Philipe Noiret,  ator que admiro devotamente, das comedias francesas e italianas ao magnifico Cinema Paradiso. Num teatrinho perto da Sacré Coeur sai conversando com ele até o metro e cada um seguir seu caminho, mas esta é uma outra história . Depois esta peça foi dirigida pelo Emilio com o Paulo Goulart e a Nicete Bruno, com talvez melhor competência , comparada no sentido geral , com a que havia visto em Paris, infelizmente não sai para o metro com o Paulo Goulart, mas depois de uma sessão de In on it , fiquei horas conversando com o Emilio, talvez da mesma forma com que conversei com o Philipe Noiret.
Outras peças de Yasmina foram encenadas no país como “Três versões da vida” com a Denise Fraga , Marcos Ricca, Ylana Klapan e Mario Shoemberg dirigida por Elias Andreato, que assisti no mesmo Renassaince.
Recentemente, “Deus da Carnificina” com Debora Evelyn, Julia Lemmertz, Orã Figueiredo e Paulo Betti, dirigida também pelo Emilio de Mello. Peça que consagrou definitivamente a autora pelos quatro cantos do mundo, sendo filmada por Roman Polansky.
Mas "Arte", continua atual e continuará sempre, por que fala do humano e do homem, principal tema do teatro. O texto, assim como os atores e toda a equipe da recente montagem em cartaz fazem um espetáculo vibrante. Há momentos tão intensos que se fosse uma terapia Lacaniana poder-se -ia terminar ali e ponto.
Enfim estou ardendo a alma de alegria de ter assistido... Recomendo, recomendo e recomendo...poderia escrever mais, repetir o já escrito, como a brilhante cena em que o Ivan , personagem do Vladimir Brichta conta seus problemas com as mulheres que o rodeiam, mas paro por aqui e prefiro que vocês eliam a crítica de alguém com mais autoridade , que muito me ensinou e continua a ensinar-me sobre a paixão pelo teatro; claro que com suor , dedicação, trabalho e muito humor.
E talvez quem sabe também sobre a batuta do Emilio, possamos assistir no país as outras peças de Yasmina, como "Discussões depois de um Funeral"de 1987, "A passagem do Inverno"de 1989, "Uma peça Espanhola"de 2004 ou a tão aguardada próxima... 

 “Tratado sobre amizade
Em cartaz , “Arte”, o texto que revelou a dramaturga francesa Yasmina Reza, tem uma nova e brilhante montagem, em tudo e por tudo de tão alta qualidade quanto a primeira, vista há alguns anos. O texto de Reza, muito bem traduzido por Emilio de Mello, em delicioso tom de comédia, mostra os abalos que opiniões diversas sobre um quadro (é bem verdade que um quadro muito especial) podem provocar em uma amizade que há anos une três homens. O que começa parecendo que provocará um debate sobre arte contemporânea acaba transformado em briga verbal, e até física, em torno do que cada um espera do outro como prova de respeito e amizade. 


Falas envolvem a plateia 

O problema é que posições estéticas são muito pessoais, e é com grande habilidade que o conflito vai passando do racional para o emocional, do quadro para o ego de cada um, das ofensas intelectuais até para as morais, tudo levando os participantes a comportamentos quase infantis, de acusações e argumentos primários e tolos. A autora manipula com brilho a situação, inclusive na superação dos estragos causados pelo conflito, construindo um texto que diverte mas também agrada à inteligência da plateia.

A encenação é ótima. O cenário de Aurora dos Campos, com grandes trainéis brancos por paredes e móveis, que o próprio elenco usa para compor diferentes ambientes, fica em perfeita harmonia com o tom do texto. Os figurinos de Marcelo Olinto servem bem os personagens. A luz de Tomás Ribas é muito boa, tanto em grau de luminosidade quanto na criação de focos individuais, e a “criação musical” de Marcelo Alonso Neves também tem o tom justo. A direção de Emilio de Mello é ótima, com o tom dado às falas dirigidas à plateia convidando-a a fazer parte do que ouve e vê fazer aqueles amigos que estão ali no palco. Assim envolvida, a plateia entra em total sintonia com o espetáculo, cuja aparente informalidade completa a criação da famosa “privação de descrença”, que envolve o espectador em sua “verdade” enquanto dura a ação.

Vladimir Brichta, Marcelo Flores e Claudio Gabriel formam um elenco exemplarmente equilibrado, beneficiados que são, para além de seus talentos e técnicas, pela amizade e companheirismo de que desfrutam na vida real. Com biotipos diversos e adequados a cada um desses três amigos cuja amizade repentinamente é posta à prova, os três jovens atores mais o jovem diretor nos garantem que o teatro brasileiro tem matéria para bom presente e bom futuro.

”Barbara Heliodora

Arte: Fabricio Matheus


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

FOTOGRAFIA




Debateu-se muito sobre o valor artístico da fotografia. Por ser o resultado de um processo
 mecânico, foi muitas vezes envolvida numa aura carregada de ceticismo quando comparada com a pintura ou a escultura, especialmente durante as suas fases iniciais.
Porém, a fotografia, desde sua invenção em 1839, presta-se a ser, talvez mais do que qualquer outra forma de arte, um meio vitl de comunicação e expressão e como tal tem oferecido crescente  contribuição as artes visuais, de forma a ser definitivamente legitimadas, mesmo se há pouco tempo atrás , pelo seu papel verdadeiramente artístico.
Ela é um meio de expressão e não apenas técnica, através da qual se pode ver e parar o mundo; é ao mesmo tempo o resultado de uma simbiose entre uma componente técnico-cientifica e artística, que liga indissoluvelmente os dois aspectos através da sua extraordinária evolução , a partir de uma habilidade puramente manual  e uma forma de arte independente
Durante a sua curta história, a fotografia se tornou protagonista de mudanças técnicas que permitiram uma evolução cada vez mais sofisticada dos seus instrumentos executivos, com câmaras fotográficas cada vez mais precisas e rápidas, portáteis, até chegar na fotografia digital de hoje, capaz de resultados
Inicialmente inimagináveis, que , através de sucessivas experiências e inovações, tornaram-se cada vez mais um meio de expressão artística congênita a arte moderna e contemporânea.
Hoje pode-se fotografar tudo, com os i-phones, celulares, câmaras reflex, tudo é imagem e velocidade.
Não devemos esquecer, porém que o advento da fotografia marcou de forma decisiva também a pintura, desde a sua origem, proporcionando um meio útil de referencia a pintores e movimentos, a começar pelo impressionismo.
Aquilo que faz atualmente da fotografia um meio único e inovador em relação a todos os precedentes, é ainda o seu poder de captar um momento preciso: o instante é parado e congelado no disparo, mas ao mesmo tempo esse apresenta-se sempre que volta a ser observado, vivo e atual, presente.
Por último , a fim de traçar uma história temática da fotografia, esta é essencialmente uma história plena de gêneros diversos, cada um com os seus protagonistas. Do retrato, a natureza morta, do nu a fotografia de moda, da fotografia de paisagem ao fotojornalismo, cada um é o resultado de um meio expressivo único pela sua espontaneidade, flexibilidade e versatilidade.
O Blog que nasceu de uma frustação com as artes cênicas, o teatro, minha paixão, me levou a imagem e a fotografia como expressão artística.
O fotografo como diz o mestre Scavone, é um ser de coragem e paixão. Coragem de não apertar o botão e  paixão para apertá-lo. O fotografo como artista, deve procurar expressar seu eu profundo, sem segundas intenções, truques ou tentativas de ajuste e máscaras, essa é a mais importante busca, do ser e da imagem a ser perseguida.
Como dizia, outro mestre, Robert Doisneau,: - Para ver bem é preciso concentração. O charme precisa do efêmero. Não devemos temer a sombra, por mais abstrata que se torne a paisagem, ela não reflete mais que a si mesmo.
O homem está cada vez mais sendo expulso da paisagem que ele mesmo constroí e destroí, assim aos poucos a vida vai sendo deteriorada, corrompida, por quê fica tudo igual, tudo reto. E  a desordem é aos poucos banida; no entanto um pouco de desordem e caos é salutar, é bom , pois é nesta desordem e nesse caos que se aninha a poesia , a arte pura que nos salvará.
 Temos que ser capazes de inventar, reinventar e   criar os espaços lúdicos que nos salvarão com nossa arte e nossas imagens. A vida começa a dar medo, quando toda a espontaneidade é banida e cerceada. Felizmente há dias em que acordamos e que o simples fato de ver nos faz sentir uma verdadeira felicidade, indefinivel.... Ficamos leves, leves; sentimo-nos tão rico que nos vêm a vontade de partilhar com os outros este sentimento etereo , indecifrável.... E será a lembrança desses momentos , o que de  mais precioso cada um de nos possui, talvez por causa de sua escassez.  Devemos nos lembrar disto  e desses momentos na hora de   partilhar nossa arte e capturar uma imagem, pois a mesma eternizar-se-á , talvez como salvação de nosso vazio e como redenção de nossa mortalidade.

1- Séculos de avanços em química e ótica resultaram na primeira fotografia do mundo. Em 1826, o cientista frances Joseph Nicéphore Niépce registrou a imagem através da janela de sua casa em Le Gras. Foram necessárias 8 horas de exposição a luz do sol para alcançar o objetivo final, além de uma placa coberta de betume.

2- A porta aberta de William Henry Fox Talbot de 1843, precursor e pioneiro do processo fotográfico no final do século 19 e 20th, que contribuiu para que a fotografia fosse considerada como arte, suas reproduções  foram as precursoras das fotogravuras.

3- Foto Fabricio Matheus do i-phone de uma vitrine de moveis usados na Rua João Moura.
Arte: Fabricio Matheus
Bibliografia : Os mestres da fotografia da Scala Editora e Paris Doisneau da CosacNaify