domingo, 22 de novembro de 2009

MEU PEQUENO TEATRO DE BONECOS




“O quê é a vida?Um frenesi...
O quê é a vida? Uma ilusão, uma sombra,
uma ficção...
Cujo maior bem é quase nada:
Pois toda A vida é sonho
E os sonhos, sonhos são...”Calderon de La Barca.

O filme Fanny e Alexander do Bergman , começa com o Alexander brincando com um pequeno teatro, é um filme de amor as artes cênicas. Recentemente Desejo e Reparação ou Atonement de Joe Wright, também começa com a personagem Briony com sua imaginação de escritora principiante, brincando com um pequeno teatro elisabetano.
Há mais ou menos dois anos , quando fui a Estocolmo, o Drama Teatret ainda estava em luto pela morte de Bergman e procurei pela cidade por um pequeno teatro como o do Alexander , mas só fui achá-lo em Copenhagen na vitrine da Andersen shop do Hotel Marriott, quando fui encontrar minha amiga irlandesa Davida para um passei no cidade, mas não pude comprar, pois era meu último dia na cidade e a loja estava fechada.
Posteriormente, pedi ao meu amigo que comprasse. E para minha surpresa, ele me disse que não havia mais; pois o senhor que era o artesão e fabricava os teatrinhos havia morrido, e só restava um que eles não vendiam. Talvez, encontrassem no futuro outro artesão para a confecção dos pequenos teatros.Talvez não.
O tempo passou, e eu sempre passava na Andersen shop, na esperança de ver pela vitrine, novamente, o brinquedo que tanto queria. Para minha surpresa , nesta última visita, vislumbrei com alegria nos olhos: exposto na vitrine um novo pequeno teatro.
A Andersen shop só abre das 9 às 12 e das 17 às 20 horas, tive que voltar mais tarde. Retornei como uma criança, feliz pela possibilidade de adquirir o brinquedo que tanto sonhou. Finalmente comprei meu Christian Andersen Fairytale Theatre que vêm com duas histórias, personagens e cenários. A Roupa Nova do Rei de Andersen e O Chapeuzinho Vermelho de Charles Perrault.
Contei a história de minha peregrinação pelo teatrinho para a senhora dinamarquesa que era a vendedora da loja e ela com os olhos tristes e marejados me disse melancólica que possuía o último teatro em sua casa e que o primeiro artesão dos pequenos teatros era seu falecido esposo. Engoli seco e disse:I’m so sorry. Ela sorriu.
Infelizmente não tinha a história da Pequena Sereia, que ela ficou de pedir para o atual artesão e me avisar assim que chegar.
Hoje exibo meu pequeno teatro na sala, montado e já iluminado e todas as noites ao terceiro sinal, a cortina se abre e o espetáculo começa: Era uma vez....


Fotos: Fabricio Matheus

Um comentário:

  1. Que história emocionante! Se não fosse você a contá-la, acharia que se tratava de uma invenção. Muito poética e linda, como todos os seus "causos". Não vejo a hora de apreciar este teatrinho de perto!

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