quarta-feira, 4 de novembro de 2009

MADRID





Para Márcio Milman

Chegamos a cidade ao anoitecer, apesar de duas horas de atraso sem explicação o vôo da Spanair , valeu pelo preço e pelo que pude vislumbrar dos Alpes Suíços antes de chegar na península Ibérica.
No aeroporto a eficácia do sistema de transporte urbano e do metrô nos surpreendeu e em menos de meia-hora estávamos instalados no Hotel que ficava na Gran Via com a Montera, acima do Mac Donald e cercado de prostitutas e policiais.
Comemos tapas na tradicional Taberna Los Cuatro Robles na Plaza Celenque 1,restaurante bonito, com seus ajulejos azuis e brancos emoldurados por um amarelo gema, mas que não valeu , nem pelas tapas e nem pelo preço e o vinho estava acima da temperatura.Terrminamos a noite no bairro de Chueca.
Na manhã seguinte, cedo, depois do desayno no lounge do Hotel 10, fomos ao Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia. A primeira vez que o visitei em 1995 ainda era o pequeno prédio setecentista, que fora um antigo hospital. Hoje, reformado pelo arquiteto francês Jean Novel, é um edifício moderno, interligado ao novo anexo vermelho e preto com elevadores panorâmicos com vista para a estação Atocha com sua estrutura de metal e jardim botânico interno, local do atentado terrorista em 2004 que matou mais de 200 pessoas. O museu é o vértice sul do “Triângulo de ouro da Arte de Madrid” , um dos melhores e mais importantes museus de arte moderna do século XX da Europa, com grande destaque para a Guernica de Picasso, Salvador Dali com o Grande Masturbador e paisagens de Cadaqués, Miró, Francis Bacon, Hotko, José Gutiérrez, Ponce de León, entre outros artistas geniais.
Guernica fica no segundo andar na sala 206 e é sempre uma emoção ver e rever esta obra com sua força emotiva e expressiva ímpar. A primeira vez que a vi foi um êxtase , uma sensação de torpor e arrepio d’ alma indescritível.
Impregnados pelas cores , emoção , abstração, expressão dos artista do Reina Sofia, decantamos essas sensações no café do museu com um capuccino. Sob um céu de um infinito azul e sol, caminhamos pelo Paseo do Prado e nos refestelamos lânguidos à beira do estanque no Parque do Retiro.
Do Retiro, passamos pela fonte de Netuno, seguimos pela calle Cervantes passando pela casa de Lope de Veja. Comemos tapas numa tenda na plaza de Santa Ana. Passamos pela Plaza do Conde Miranda para comprarmos doces das carmelitas, que estavam de férias. Bebemos cerveja na Plaza Mayor, passamos pelo Mercado de San Miguel em direção ao Palácio Real.
Atrás do Teatro Real na plaza de Oriente encontramos com o Márcio. Conversamos sobre tudo e sobre todos e fomos terminar a tarde no Templo de Debod, contemplando um pôr-do –sol esplêndido que se escondia lentamente atrás das montanhas.
Passamos pela Plaza de España com uma feira de artesanato, com uma barraquinha com pedras semi-preciosas e com a bandeira do Brasil, vimos o iluminar de suas fontes . O Márcio nos ciceroneando e mostrando mais e mais da cidade que agora habita. Atravessamos a calle Fuencarral, onde têm as melhores lojas de grifes, passamos pela escola de Artes onde o Márcio faz um curso de desenho e pintura clássica e coincidentemente encontramos seu professor Venezuelano. Cruzamos a plaza de Chueca com uma sorveteria na esquina onde o Márcio tomou seu sorvete sabor doce de leite e fomos matar a sede e a saudade no charmoso e colorido Lolina Vintage Café, onde nos despedimos.
Jantamos no reustaurante de cozinha mediterrânea Bazaar, que fica na calle La Libertad 21, lugar bonito com boa comida e ótimo preço. Comi um delicioso salmão acompanhado de um tempranillo crianza,mas não fui feliz com a sobremesa. Pedi o Chocolatíssimo, a conselho do garçom, que disse se tratar de um mousse de chocolate, quando na verdade era um petit gâteau, com chocolate ao extremo, arrependo-me até hoje de não ter pedido o tiramissú de morango, mas fica para a próxima vez.
Assim, repleto de chocolate no corpo e na alma , voltei para o quarto 820 do hotel Luis XV que têm uma vista maravilhosa da cidade de Madrid.

Fotos: Fabricio Matheus

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