sexta-feira, 20 de novembro de 2009

AS MULHERES DE LORCA











"Tudo isso são coisas de gente que não se conforma com o seu destino"

"Cada vez mais tenho mais desejos e menos esperanças." Yerma FGLorca.


Estas fotos são da exposição 8 Mulheres de Lorca , no Centro de Estudos Lorquianos em Fuente Vaqueros sua cidade natal, com esculturas-vestidos em papel de Luis Casablanca, fotografias , vídeos e outras linguagens plásticas do século XXI, a serviço do espaço simbólico do tempo , do eterno e da mulher lorquiana.
As mulheres de Lorca são tantas, entre sua mãe, Yermas , Marias, Annas, Rositas, Belizas, Bernardas, Adelas, Angústias, Madalenas, Martírios, Amélias, tias , vizinhas, cunhadas, Marianas, Antônias, Margarita Xingú, noivas, lavadeiras, afogadas , ingênuas, infiéis, sapateiras, feiticeiras, Santa Lucia e Santa Olalla e outras santas entre outras tantas mulheres...
Entre nós , foram as mulheres que introduziram Lorca no teatro em 1944, com a companhia de Dulcina de Morais, a primeira que representou Bodas de Sangue, com tradução da poetisa Cecília Meireles que também como o colega poeta cantou a liberdade e recebeu crítica ardente e honrosa de Rachel de Queiroz. Dulcina e o teatro de seu tempo é uma ótima biografia desta grande artista escrita pelo ator e artista Sérgio Viotti.
À mim, Lorca também chegou –me com sua poesia pelo teatro, em 1999 com o espetáculo Um Certo Olhar Pessoa e Lorca adaptado e interpretado pelo Raul Cortez e com direção do Possi Neto. Já havia assistido A casa de Bernada Alba, mas depois deste espetáculo de poesia e música foi que mergulhei na obra de Lorca que junto com Fernando Pessoa , considero os grandes poetas de minha vida.
A poesia , teatro e outras obras de Lorca, às vezes obscura, não deixa de nos tocar mesmo incompreendida no ínicio, no primeiro instante. Palavras carregadas de Amor e Morte, como a força das águas que descem as montanhas pelos mananciais dos rios Gentil, Darro e Beiro, à principio turvas dos restos dos degelos e da natureza que arrastam na sua descida, com o tempo voltam a ficar claras, cristalinas, mostrando no fundo suas pedras e seixos, sem esquecer do que passou.

Fotos: Fabricio Matheus

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