domingo, 22 de novembro de 2009

DUBLIN











Para Gerry and Ann


Dublin é a cidade do meu coração. Paris é a cidade de minha alma e Itumbiara minha terra.
O coração às vezes muda de cidade. Mas o que quero dizer é que tenho a sensação que não conheço Dublin, que não ando por Dublin: Flutuo. Em Dublin aconteceu o contrário comigo, apesar de ter visitado a cidade inúmeras vezes, não sei falar de pronto o nome de ruas, áreas e etc... sei que sei me localizar, e isto basta aqui. Em Dublin, sempre fui conduzido, nunca estive sozinho, ou saí sozinho. Aqui, tenho a impressão que conheço mais as pessoas que a cidade. Conheço mais os irlandeses, os dublinenses, os escritores, os personagens e apesar disto conheço muito bem Dublin a minha maneira.
Sempre fico em Sutton Park, perto da Baía de Howth há 10 kilometros da cidade, junto ao mar da Irlanda, na casa dos O’Byrne. Tenho vários amigos entre os parentes dos O’Byrne que sempre visito como Davida e Anthony e os filhos, Tom e Lorene e os filhos Sasha e Lara que eles adotaram na Sibéria. Sasha é um exímio acrobata, é impressionante, desde bebê, acho que seus pais biológicos são artistas circenses.
Dublin é a cidade de grandes escritores que admiro, como: James Joyce, Oscar Wilde, Bernard Shaw, Beckett, William Yeats, Bram Stoker e os modernos e atuais Colm Toibin, Barry Macreae entre outros, este já é um fator que me aproxima desta cidade dos pubs, da Guiness, da conversas e da vida...
Assim descreverei meu pequeno roteiro pela cidade, descendo na Abbey Station, ao Norte do Liffey , o rio que corta a cidade em direção ao porto de Dublin. Passamos pelo Parlamento o Custon House e o  Abbey Theatre, o teatro nacional da Irlanda, conhecido mundialmente pelas produções de dramaturgos como Sean O’Casey e JM Synge. Continuamos até a grande O’Connel Street, cruzamos a Earl Street North onde têm a estátua de Joyce, passamos pelo prédio do Correio/The general Post Office, local histórico da libertação do país em direção a Parnell Square , junto ao The Gate Theatre e o Rotunda Hospital fica o Dublin Writer’s Museum e mais a direita na 35 North Great George’s street o James Joyce Cultural Centre.
No caminho inverso, passamos pela Abbey street, a rua do comércio e à esquerda pela Liffey street , cruzamos o rio pela Há’penny Bridge em direção a parte sul. Já estamos na região do Temple Bar, mais à direita o Dublin Castle e a Christ Church Cathedral. Voltando pela Dame street, na região central em frente ao Bank of Ireland entramos no Trinity College, já no arco principal avistamos o Camponile, atravessamos a Library Square e ao fundo à esquerda temos o Beckett Theatre. A primeira vez, estavam apresentando Esperando Godot, agora : Dias Felizes. A Old Library do Trinity é espetacular e têm o Treasury com o Book of Durrow e o Book of Kells, um dos mais ricos e decorados manuscritos da hstória irlandeza de 806 d.C.. A área do Trinity além dos prédios, praças , é repleta de jovens estudantes de todo o mundo.
Deixando o Trinity College pela Nassau Street e seguindo a Dawson , chegamos ao belo St Stephen ‘s Green, um dos mais antigos parques da cidade, com muito verde , lagos , chafariz. Ao redor do parque estão as casas com as portas coloridas, típicas de Dublin. À esquerda do parque a área dos museus como o National Museum, a Dublin City Gallery com a exposição de Francis Bacon: a Terrible Beauty. Depois a National Gallery, com a atual exibição de gravuras de Munch, em frente a outro lindo parque o Merrion Square, com a estátua de Wilde de Danny Osbourne num de seus verdes cantos. Deixo a cidade e da Pearse Station volto a Sutton Park, aos amigos e a minha família na cidade. Aideen certamente já terá chegado de Malahide com Rob , e os pequenos Sam e Luke . Em família, vamos jantar, beber muito vinho e outros aperitivos e conversar muito sobre tudo.
A primeira vez que fui a Dublin, o assunto era a primeira gravidez de Helen, uma das filhas, que mora na Austrália e eu falei o sexo de Eva que era para ser surpresa. Aideen recém casada com Rob ainda nem estava grávida de Sam e os tempos eram de fartura, altos salários, comprar e vender. Hoje a ordem é cortar gastos e custos.Enquanto bebemos continuamos a discutir sobre o nível alcoólico permitido no país para conduzir os veículos, polêmica, contra a cultura local dos pubs. Certamente se estivesse lá hoje, iríamos discutir sobre a mão boba do francês Thierry que tirou a Irlanda da Copa....



Fotos:Fabricio Matheus

Um comentário: