sexta-feira, 20 de novembro de 2009

PELA SIERRA NEVADA HASTA LA COSTA DEL SOL




"Entre a realidade e a lenda, publique-se a lenda."


Ao som da Maria Bethânia cantando Estrelas e Você Perdeu , saímos estrada à fora em direção a Sierra Nevada que horizonte abraça ao longe a cidade de Granada. Fomos em direção a este maciço montanhoso com seus cumes brancos de neve pertencente ao conjunto das Béticas, parte da cordilheira Penibética da Andaluzia, estendendo a sudoeste pela província de Almería, delimitado a oeste pelo Valle do Lecrín, a leste pelo corredor do Gérgal, ao norte pela depressão Bética e ao sul pelo vale do Guadalfeo. Deste relevo montanhoso, nascem os rios da bacia do Guadalquivir, como o Gentil , o Dúrcal e Trevélez e afluentes do rio Guadalfeo.
Passamos pelos férteis vales e altos de Las Alpujarras, recobertos por castanheiras, nogueiras e alámos nas escarpas meridionais da Sierra onde pequenos vilarejos estão incrustados à beira da rodovia A44 em direção a Laranjón e a Orgiva, fomos montanha acima por estradas adjacentes e estreitas passando pelas cidades brancas de arquitetura originais nas encostas com grupos compactos de casas irregulares com altas chaminés saindo dos telhados planos acinzentados,sempre com mais montanhas ao fundo.
Paramos para um café em Pampaneira, um belíssimo povoado de Alpujarra na Serra da Poqueira, a 1058 metros do nível do mar. A cidade é reconhecida pelo conjunto histórico e artístico, nos perdemos por suas ruelas de pedras com desníveis entre casas brancas com aspecto da era islâmica, com vista esplêndida para Alpujarra e Treveléz. Atrás da igreja, entre cafés e lojas de artesanatos de couro e tapeçarias, a pitoresca fonte de Santo Antônio com águas milagrosas para os solteiros. Pampaneira foi o local do primeiro centro budista da Espanha.
Descemos rumo ao sul e a costa do sol, como as águas que descem como capilares e dão nome a Serra Capelleria com seus campos serrados sobre o vale do Tago do Diabo, fomos deixando as serras para trás a medida que de longe no horizonte aos poucos veio surgindo o cheiro e a vista do mar.
Chegamos a Costa Tropical em Almuñécar, com seu castelo cidade acima, suas areias de pedras cinzas e o mar azul mediterrâneo em direção à África. Fomos à beira-mar em direção leste , passamos pelas Cuevas de Nerja, uma série de cavernas descobertas em 1959, com pinturas nas paredes de cerca de 20 mil anos atrás, alguma câmaras do tamanho de catedrais e hoje com um teatro interno para apresentações.
Em Nerja, caminhamos pelas suas encostas, pelo centro da cidade, com restaurantes e hotéis cheios de turistas, o balcão da Europa e outras vistas. Dorminos no Hotel Perla Marinha e no outro dia pela manhã escura, com um vento forte e chuva que quase arrancava as folhas dos coqueiros, saímos em direção à Málaga , cidade natal de Picasso. De Málaga já com sol e calor deixamos a Península Ibérica e voamos para a Irlanda.

 
Fotos:Fabricio Matheus e Conor O'Byrne

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