domingo, 8 de novembro de 2009

TOLEDO













Toledo situada no coração da Península Ibérica, pitorescamente acima de uma colina, ladeada por uma paisagem montanhosa e pelo rio Tajo, onde reflete sua história como centro espiritual da igreja espanhola.
Depois de percorrermos os 71 Km que dista da capital , em ótimas auto-estradas. Deve-se somente prestar atenção, pois algumas indicações e placas são bem em cima , juntos aos respectivos desvios. Chegamos à cidade no final da tarde quando a horda de turistas e ônibus estão deixando a cidade, assim, pudemos desfrutar sua atmosfera misteriosa e sua noite de encantos e histórias.
Ficamos hospedados no Hostal Del Cardenal, local histórico, que foi palácio de verão do Cardeal Lorenzana no século XVIII e dos arcebispos de Toledo. O hotel com tetos esculpidos, pátio de tijolos e azulejos árabes, um belo jardim com fontes , onde o tempo parece que parou e o antigo e o moderno se mesclam num espaço único, localizado junto as muralhas da cidade, no Paseo de Recaredo 24, junto a Puerta Nueva de Bisagra.
Começamos a explorar a cidade onde morou e morreu El Grego em 1614, que a retratou em muitas de suas pinturas, com sua arquitetura impressionante e mista, palco de histórias Romanas, Visigóticas e Mulçulmanas. A cidade fortificada mais importante da história medieval espanhola, capital gótica da Espanha até 1560.
Iniciamos na Plaza de Zocodover, cujo nome relembra o local das épocas mouras que era um mercado livre de animais, hoje, principal praça rodeada de cafés e lojas e ponto de encontro dos jovens toledenses. Por uma arco, semelhante a porta do sol, descemos uma escada , passamos pelo monumento a Cervantes em direção ao Museu Santa Cruz, o Alcázar e o Mosteiro de San Juan de los Reyes. A Catedral, construída no local de uma catedral visigoda e de uma mesquita, é uma das maiores catedrais da cristandade, a segunda mais rica depois do Vaticano, domina o horizonte da cidade com sua torre gótica. Sua arquitetura como a da cidade, mistura os diversos estilos, destacando a Sacristia, onde entre obras de Ticiano, Van Dyck e Goya, podemos apreciar O Desnudamento de Cristo de El Grego. Há a escultura barroca de Narciso Tomé iluminada por uma clarabóia e chamada Transparente e o Retábulo do Altar-Mor, policromado que retrata as cenas da vida de Cristo.
O Taller Del Moro, um palácio mudéjar , museu de cerâmicas e azulejos típicos. A Igreja de São Tomé que ostenta O Enterro do Conde de Orgaz de El Grego. A Mesquita de Cristo de La Luz de cerca de 1000 d.c. é um dos dois edifícios mulçumanos que restaram na cidade, um santuário românico do século XII. Em direção ao bairro judeu, passamos pela Casa Museu de El Grego, onde têm um parque à sua frente com um belo mirante para as montanhas e o rio Tajo.
As Sinagogas de Santa Maria Blanca com arcos mudéjar e a Sinagoga do trânsito, museu Sefardi, no bairro judeu. Perdemos e nos achamos por suas ruas labirínticas, mesmo com mapas nas mãos . Pela Calle Real , descemos as escadas rolantes de volta ao hotel.
Toledo se destaca por sua culinária, onde ainda se usa preparar comida nos fogões e fornos à lenha. Jantamos num restaurante típico Lumbre na calle Real del Arrabal, come-se muito bem e paga-se pouco. Sua gastronomia com influências mediterrâneas e árabes e com base em carnes de caças, destacando as codornas e as perdizes recheadas. O cochifrito à base de carneiro, o Manchego com carne de javali, Las Gachas com carne de cervo e as bombas que aqui são batatas recheadas de chouriços e salames. Dentre os pescados, as Merluzas e Lubinas entre lagostins. Tudo regado por vinhos tintos de La Mancha, Valdepeñas, Mondejár e os caseiros denominados pitarras. As sobremesas: - os Flans al caramelo e a mais típica que é El Marzapán, de origem árabe, popularmente conhecidos como Manjar dos Reis.
No outro dia, haviam batido e raspado o pára-choque traseiro direito do Andy. Não deixe de incluir no aluguel do carro, o seguro completo contra danos. Os espanhóis fumam e bebem muito e dirigem embriagados. Passamos no Hospital Tavera, construído em 1541, com pátio decorado de coral rubí e mais quadros de El Grego . Pela Calle de La Carrera, cruzamos o rio Tajo pela puente de Azarquiel em direção a auto-estrada A-42, deixando a cidade que sumia aos poucos nos retrovisores, continuando nossa viagem rumo ao Sul e a Andaluzia.

Fotos: Fabricio Matheus e Conor  O'Byrne,pintura de El grego da cidade de Toledo

Um comentário:

  1. Poxa, ainda não conheço esta cidade! Dizem que é linda mesmo, mas assim com tantos detalhes, só você pra contar. Adorei! Fiquei imaginando cada cantinho lindo desta cidade medieval e me lembando de outra cidade de pedra que visitei nos Pirineus, quando estive na Espanha, da qual infelizmente não me recordo o nome.

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