segunda-feira, 16 de novembro de 2009

GRANADA








Ao ritmo das castanholas, com pintura e poesia, atravessamos a cordilheira Bética em direção a Granada, cidade rodeada por três maciços montanhosos aos pés da Sierra Nevada na confluência dos rios Genil, Darro e Beiro, daí o nome desta terra fecunda e apaixonante, em homenagem ao fruto do romã, que crescia em abundância e em tons de vermelho como a pedra preciosa.
Granada, palco de inúmeras civilizações como toda Andaluzia, representa o culminar do processo de reconquista cristã na Península Ibérica, a última cidade a ser tomada dos mouros, pelos reis católicos. Em Granada , todos os caminhos levam ao Alhambra, então, seguimos as setas e ficamos no Alhambra Palace, com um balcão enorme de frente para a famosa fortaleza e palácios násrida e com uma vista particular à direita de toda a cidade.
Chegar em Granada é um respiro, a cidade é mais tranqüila que Sevilha, com montanhas , uma amplidão e muito verde. Decidimos visitar o Alhambra na mesma tarde, depois descemos a colina ao lado do hotel, com suas casas brancas e balcões coloniais de ferro e madeira nas ruas de pedras com muita história.
No outro dia , após o café-da-manhã com ampla vista para a cidade e em direção ao mediterrâneo, começamos a conhecê-la pelo bairro de Albaicín , com ruelas íngremes e pitorescas , da Plaza Nueva à beira del Darro passamos pelo El Bañuelo, local de banhos árabes no século II , com salas colunadas e aberturas de estrelas no teto. O museu arqueológico, a esplanada em que se estende o MPaseo del Padre Marijón, sempre guardados pela montanha e com uma vista esplêndida do Alhambra, subimos a Cuesta de La vitória e nos perdemos nas montanhas e casas-cuevas ciganas do bairro de Sacromonte.
Continuamos pela Plaza Del Salvador, San Nicolás, o Carmem –Museu Max Moreau, na casa que pertenceu ao pintor belga Max Moreau (1902-1992) e sua mulher Felice, com objetos de longas viagens e pinturas. Da Cuesta de San Gregório passamos pela Casa de Porras com sua arquitetura renascentista-mudéjar de madeira entalhada , hoje parte da Universidade de Granada , fundada em 1531 por Carlos V, uma das mais prestigiadas da Espanha, e que confere a cidade um ambiente estudantil e jovem.
Passeamos pelo centro antigo , na Capilla Real, no complexo da Catedral, novamente nos perdemos nos labirintos de ruas estreitas e de mão única, nos achamos na Albaceria, uma reconstrução de um bazar mouro incendiado, na Plaza Izabel la Catolica e fomos tomar um café ao lado da Real Chacelleria com sua fachada renascentista e sombra para a Plaza Nueva.
Em Granada, não tivemos pressa, aproveitamos a cidade com a mesma calma por ela oferecida. Granada é encantadora, certamente voltarei, foi a cidade que mais me agradou.
À tarde, descemos a Calle de las Regogidas para o parque Huerto de San Vicente. À noite, com a vista monumental da sacada e iluminados pela luna cheia, embriagávamos de vinho Faustino I e Baron Hayarza 2001 reserva, ao som da briza fresca da Sierra Nevada e do flamenco que subia as montanhas do Sacromonte.



Fotos: Fabricio Matheus e Conor O'Byrne

Nenhum comentário:

Postar um comentário