sábado, 7 de novembro de 2009

MADRID E O PRADO








"A verdade é uma coisa muito fácil de ser escrita , díficil é descobrir qual é" Racine

Saímos antes das 9 da manhã, da estação Gran Via em direção a Atocha, atravessamos o Jardim Botânico e adentramos no Mundo que é o Museu do Prado, o vértice central do triângulo das artes de Madrid. O edifício neoclássico projetado em 1785 por Juan Villanueva sob as ordens do rei Carlos III e inaugurado como museu em 1819, hoje remodernizado com o anexo acima do claustro dos Jerônimos para exposições temporárias de Rafael Mareo. Um dos mais importantes museu clássico do mundo, certamenta , a maior coleção da pintura espanhola do século XII ao XIX.
No térreo do edifício Villanueva, o destaque é para a Pintura Flamenga de 1430-1570, com realce para Van Der Weyden,, Rembrandt, Brueghel, Rubens com As três Graças(1635). Na sala 56 A, sobressai os tons de azuis de Patinir e O Jardim das Delícias (1530) de El Bosch, que abarca o obsceno e o mítico com a representação tríptica da terra, ladeada pelo paraíso e o inferno.
No primeiro andar, percorremos da Pintura Italiana representada pelos Boticelli, Fra Angelico, Rafael, Caravaggio, Tintoretto e os venezianos Veronese e Ticiano. Passamos pela pintura francesa dos Bourbons com os artistas Poussin e Watteau.
Na arte espanhola, Murillo com Os Sonhos dos Patrícios, El Grego que distorceu e alongou a forma humana e encheu de expressão, os olhos contemplativos em direção aos céus. Goya , pintor da corte que entre as pinturas retratistas, fez as chamadas Pinturas Negras , onde retrata os horrores da guerra. E Diego Velasquéz, também pintor da corte espanhola, que reproduziu cenas realistas dos nobres, pinturas mitológicas e sua obra prima As Meninas na sala 12 , na qual o mestre retratou o espaço de maneira magnífica e única, a obra deve ser contemplada à distância. Observe o próprio Velasquéz olhar para você de onde está nesta pintura que retrata a infanta Margarida e seus cortesões observando o patrono do artista sendo retratado pelo mesmo e refletido ao fundo no espelho da tela.
O Prado por si só é uma razão para visitar a capital espanhola, é impossível sair do Prado indiferente, a Arte retrata a natureza de maneira falsa é revela ao homem a sua natureza verdadeira. Saí-se do Prado com um outro olhar do Mundo, das pessoas, da harmonia das cores, tudo que descrevi acima pode se ler e se encontrar com mais detalhes e precisões, mais a experiência compartida de uma visita a um Museu como o Prado é única e transformadora.
Saímos do Prado e caminhamos pelo Paseo do Prado, passamos pelo vértice norte do triângulo das artes : O Museu Thyssen-Bornemisza que deixamos para a próxima visita. Atravessamos pela fonte das Cibeles, continuamos pelo Paseo de Recoletos, Plaza Colon, Jardines Del Descubrimento, embarcamos na estação Serrano em direção a estação Tirso Molina, passeamos novamente na Plaza Mayor. De lá, deixamos nosso hotel na Gran Via com a Montera em direção a Plaza de España , onde na Hertz, esquina com a Calle de San Leonardo pegamos nosso Golf preto, alugado, a quem não apelidamos de Rocinante como o cavalo de Don Quixote em suas aventuras pelo amor de Dulcinéia Del Toboso, mais de Andy, também não em homenagem ao grande ator Andy Garcia que entre outros filmes fez O Desaparecimento de Garcia Lorca, mas Andy, foi um rent- boy que conhecemos na noite madrilenha no bar Black and White no buchicho de Chuenca, era jornalista , uruguaio nascido em Montevidéo, adorava São Paulo e sonhava morar no Guarujá.
Deixamos Madrid pelo Paseo de La Virgen Del Puerto e de los Melancolicos rumo ao Sul.

Fotos: Fabricio Matheus

Nenhum comentário:

Postar um comentário