segunda-feira, 28 de setembro de 2009

FIGURINOS DAS TROIANAS by SILVIO OPPENHEIM











Declaração de Amor


"Sempre me senti atraído pela criação de figurinos, talvez mesmo antes de trabalhar com a moda. Isso vem de minha paixão pela História, que desde minha infância acompanha meu imaginário e meus jogos.Sempre gostei de reconstruir ou pesquisar uma verdade histórica por meio de cenários, móveis e trajes.
Vestir a época é fascinante. Mas é ainda mais jubiloso e transtornante viver as coxias, o palco, os camarins, o pó de arroz , a maquiagem, a magia do teatro. Um desfile não provoca este dialogo entre os atores e o público. Eu sinto dentro de mim hoje, trabalhando nos figurinos de “Bodas de Fígaro” para o Festival de Aux-em-Provence, como ontem para “Fedra”, no Comédie Française, e como na primeira vez para “Chantecle” montada em Nantes há vinte anos, quando Jean Louis Tardieu entrou em contato comigo após ter visto na Maison Patou minhas roupas um pouco estranhas.
O Teatro se torna bem mais do que um lazer, pois esta arte não admite a mediocridade, nem a falta de paixão". Christian Lacroix


As Troianas de Eurípedes,é uma angustiante tragédia da impotência humana.Se passa no centro da tenda das escravas troianas , já no acampamento grego, na planície, não muito distante de Tróia.Cidade, outrora esplendorosa, amada pelos deuses, agora ardendo em chamas, cujo destino se confunde com o destino das suas cativas mais ilustres: Hécuba, Andromaca, Polixena e Cassandra.
As troianas agora escravas dos gregos, aguardam o embarque para os novos lares. Taltíbio , o arauto anuncia que Polixena , filha de Hécuba, será sacrificada. E que seu neto Astianax, filho de Heitor , será morto, para que não sobre nenhuma descendência dos guerreiros troianos. Helena a causadora da guerra por ter abandonado Menelau por Páris tenta se reconciliar.
Eurípedes mostra de maneira especial a força, a revolta e a inteligência de cada uma dessas mulheres tão valorosas.

Estes figurinos foram criados por Silvio Oppenheim para As Troianas no ínicio dos anos setenta, dirigida por Paulo Vilaça ,na época professor de dramaturgia do Sedes Sapientiae localizado na Caio Prado. Silvio Oppenheim fez o projeto do teatro e também o cenário.
Paulo Vilaça, grande ator do cinema nacional, e do teatro, participou da EAD, teatro Oficina, fez Navalha na Carne, Fala Baixo Senão Eu Grito. Assisti com ele Adorável Julia com a Marília Pera .Também com ela destacou-se na minissérie Quem ama não mata da TV Globo de Euclides Marinho dirigida por Daniel Filho, entre outros trabalhos. Foi professor de literatura, jornalista, publicitário, morreu em 1992 , por complicações decorrentes da AIDS.

Agradecimentos: Ao baú/arquivo do Silvinho


Nenhum comentário:

Postar um comentário