quarta-feira, 30 de setembro de 2009

AS BENEVOLENTES de Jonathan Littell


As Benevolentes , livro do escritor americano naturalizado francês Jonathan Littell, 907pgs, tradução de André Telles publicado em 2007 no Brasil, vencedor do prêmio Goncourt de literatura francesa, sendo o autor comparado a Tolstoi pelo crítica do Le Monde.
As Benevolentes é um livro profundo e arrebatador e trata dos horrores da Segunda Guerra Mundial sob a ótica do carrasco. São memórias de Maximilier Aue, jovem alemão de origens francesas que como oficial nazista , participa de momentos sombrios da recente história mundial: A execução dos judeus, as batalhas no front de Stalingrado, a organização dos campos de concentração, até a derrocada final da Alemanha. Seu relato compõe um livro impressionante, assombrado tanto por sua fria meticulosidade quanto por seu delírio insano. Através de Aue, o leitor é levado a vislumbrar o mal de uma forma jamais imaginada.
O nome As Benevolentes, refere-se as deusas gregas que seriam tão furiosas e terríveis que provocariam terror nas pessoas até mesmo pela simples pronúncia.
O livro é inspirado nas “Eumênides “ de Ésquilo. Um dos princípios morais da tragédia grega é a necessidade de que os cidadãos tenham temor pela punição. Que mortal pode ser justo se não tiver medo do castigo?
Numa sociedade em que não há espaço para freios morais, para freios religiosos, nem mesmo para a Justiça mais primitiva e natural, teriam deusas clássicas condições de julgar alguém sem temor reverencial a nada? Qual julgamento cabe ao homem contemporâneo em que se julga ilustrado e senhor de todos os destinos, onipotente, acima do bem e do mal, em tempos tão amoralistas? Teria ficado o julgamento de Max Aue para as Benevolentes?
Um livro de tirar o fôlego, em que por mais que se imagine. suas seqüências delirantes sempre nos surpreende com múltiplas histórias e fatos que se entrecruzam numa narração fotográfica quase cinematográfica . Um grande livro para quem aprecia uma boa leitura, imperdível.

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