quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

SANTOS II (DEPOIS DO ALMOÇO)




Depois do almoço, o café deixamos para tomas no Café Carioca,na praça Mauá onde têm o prédio da prefeitura, aberto a visitas nos sábados e domingos. O prédio dos correios fica ao lado. O Café Carioca e o Café Paulista que fica do outro lado da praça são os mais antigos e tradicionais da cidade. O Café Paulista têm suas paredes azulejos pintados com a história do café.
As luminárias do centro histórico, têm desenhos em alto relevo do ouro-verde. Tudo ainda cheira a café no centro.
Na praça Mauá também é o ponto de partida para a volta histórica nos antigos bondinhos. A volta do bondinho foi um dos responsáveis para a atração de capitais, reforma e redescoberta do centro histórico. Iniciou tímido e hoje o percurso de 5 Km dura cerca de 50 minutos, passando pelos principais marcos da cidade. A guia novamente excelente nos enchia de histórias e curiosidades da história de Santos. Perto do monte Serrat, onde se pega o funicular, corria o riacho e fonte Itororó, defronte a fonte era local das morenas lavarem as roupas e daí nasceu a famosa cantiga popular de roda: “ Eu fui no Tororó...beber água e não achei, encontrei bela morena que no tororó deixei...” 
Passamos pelo Palácio da Justiça, junto a Catedral, quase uma réplica e miniatura da Catedral da Sé. Ao lado o imponente Theatro Coliseu, reformado que foi palco de grandes Óperas , operetas e teatro clássico para os profissionais e senhores do café na época do Segundo Império. Passamos pelo Outeiro de Santa Catariana, pequeno monte onde iniciou a cidade. Casa do Trem Bélico, que em breve abrigará o Museu de Armas de Santos, antiga fortaleza para defender a cidade.
Santos abrigou muitos escravos refugiados e foi a primeira cidade onde se extinguiu a escravidão. Outra figura histórica da cidade é o patriarca da Independência ,José Bonifácio, cujos restos mortais repousam no Pantheon dos Andradas , junto ao complexo das Igrejas do Carmo na praça Barão do Rio Branco.
Há outras igrejas e a casa da Alfândega entre outros prédios históricos que visitamos depois da volta no tempo e história no antigo bondinho escocês. O outro bondinho que faz o mesmo trajeto foi trazido da cidade do Porto. São denominados museus vivos e como escrevi de importância fundamental para a recuperação do centro histórico da cidade.
Ainda sob um céu azul e um sol de suar aos cântaros, deixamos o centro histórico e fomos para a orla marítima.
Visitamos a Pinacoteca de Santos que fica na antiga residência do artista e pintor Benedito Calixto. O mesmo que dá nome a praça de Pinheiros. Hoje a pinacoteca , toda restaurada com detalhes de vitrais, teto, corrimão de ferro impecáveis, abriga sempre uma exposição temporária no térreo e no andar superior quadros de Benedito Calixto , que retratou a cidade, marinas, alguns temas sacros e alguns estudos anatômicos em carvão, além de objetos pessoais como uma máquina fotográfica de fole e palheta e pincéis.
De frente para o mar, o pequeno palacete branco, possui um belvedere com bancos brancos que contrastam com o verde, arvores frondosas com orquídeas, fontanas e pérgulas laterais.
Fomos também no Aquário de Santos que apesar de já estar um pouco pequeno e um pouco mal cuidado me levou de volta a infância, acho que foi o primeiro Áquario que visitei.Teve uma nostalgia quase proustiana.
Enfim, a orla e o maior calçadão,notificado no guiness, todo plano, com ciclovia , palmeiras, fontes, quiosques... O cheiro de maresia, os navios que saem e adentram o porto e o horizonte com outras praias... Ainda com as histórias e lendas, agora podia dizer que já conhecia um pouco mais de Santos. Fomos caminhar, mas um toró que não era Itororó nos pegou de surpresa. O tempo mudou e o céu azul pretejou. Víamos no horizonte ,relâmpagos e não mais São Vicente, ou a ilha Porchat.
Mesmo assim , caminhamos com guarda-chuvas, pulando poças e visitando antigos hotéis da praia ,como o Atlântico. O tempo parecia outro, lento. A chuva trouxe uma brisa fresca e amenizou o calor do dia.Resolvemos jantar ali por perto, antes de voltarmos à Sampa.
Com a certeza de que sempre há algo de novo para conhecer e encontrar em Santos, voltarei outras vezes, sempre querendo conhecer um pouco mais, ver um pouco mais, rever...
Santos, tão perto, é sempre uma opção para se quebrar a rotina, mergulhar na história , ou no mar... Tenho certeza, que só de andar no calçadão já é um respiro; e é só descer a serra-do –mar...

Fotos:Fabricio Matheus

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