terça-feira, 25 de janeiro de 2011

DIARIO DA CORTE II



Meu primo mora na 33, perto da Penn Station. Minha primeira visita foi ao Museu de História Natural. Aprendo cada vez mais com os animais a me tornar mais humano.
Coincidências ou não, este foi o primeiro museu que visitei na cidade, quando da primeira vez. Mas nunca mais voltei. Com a minha evolução no tempo, desta vez foi o primeiro que quis visitar.
O Museu de História Natural é um mundo, têm todos os tipos de conhecimento humano que se interesse, dos dinossauros ao modo de vida e evolução das diferentes espécies animais e humanas; étnicas.Fiz o programa completo, assim passei quase 5 horas dentro do museu e posso dizer que não vi quase nada. Comecei com a mostra sobre o Cérebro, uma viagem pelos hemisférios, coordenações, áreas, mapeamento e evolução deste complexo e fascinante órgão , ainda com mistérios a descobrir.
Corri para o terceiro andar para assistir aos quase 40 minutos da evolução dos dinossauros. Um filme extremamente bem feito, quase 3D. Depois desci para o primeiro andar, para o planetário e assisti a evolução e nascimento das estrelas e do sistema solar, formações de nebulosas, buracos negros, estrelas cadentes, mudança da corona solar, anéis de Saturno, satélites.... meu cérebro já estava derretendo com tantas informações. Subi para o segundo andar para a sessão Borboletas, uma estufa lotada de inúmeras borboletas, quente e úmida. Lembrei de minha amiga que conheci na Índia, que adora borboletas e construiu o seu Solar das Borboletas em Nazaré Paulista, entre outras amigas loucas e adoráveis como a Ju, colega de palco que tatuou uma borboleta próximo do púbis. Particularmente , foi a parte menos interessante. Quando você sai da estufa, as americanas quase checam o seu rabo para ver se não têm nenhuma butterfly perdida!!!!!
Stress, peguei um taxi para o Laura Pels Theatre , para a matinê da peça The Milk Train doesn’t stop here ANYMORE, com a fantástica atriz Olympia Dukakis, especialista em papéis femininos de Tennessee Williams, esta peça foi filmada com a Elisabeth Taylor , e pode-se se dizer têm um pouco de todos os outros personagens de Tennessee. Flora é uma senhora que esta escrevendo suas memórias com a ajuda de uma ghost writer, uma secretária na costa azzurra na Itália e recebe uma inusitada visita de um jovem que conhecerá há anos. Christopher seria a última esperança , ou o anjo da morte , desta personagem tão frágil como a Blanche ou Amanda, ou as outras mulheres-homens do dramaturgo. Uma ótima peça. Os diálogos são geniais, com um humor inteligente: Se até os passaportes têm sua data de validade , por que seria diferente com os convites???....
Quinta avenida, vitrines, que como bom brasileiro e bem do interior, sempre adorei ver vitrines. Em Nova York , assim como Paris, passo dias vendo vitrines até embaraçar a visão... Para completar o cardápio do dia: MOMA. Definitivamente o MOMA é o melhor museu do mundo. O acervo permanente com O Demoiselles D’Avignon de Picasso, que mudou definitivamente o olhar e a arte do século XX, já vale a visita. Chagall, Van Gogh, Matisse ... são tantos. OS Hotkos são de se olhar de joelhos, Pollocks imensos e outros do expressionismo nova-yorkinos como Motherwell, De Kooning. Com tanta experiência em um só dia senti até uma dor na alma e no peito. Uma exposição sobre desenhos e traços no século vinte entre Kandisky, Schitters, estava Ligia Clark. Poderia morar no MOMA!!!!!!!
Voltei caminhando para casa, pela quinta avenida, Times Square iluminada com o clarão de seus neons. Na cama minha retina pulsava, minha alma pulsava com tantos estímulos, quase explodi como uma nebulosa, e como uma estrela cadente, caí num sono profundo.

Fotos: Fabricio Matheus




Nenhum comentário:

Postar um comentário