Meu primo mora na 33, perto da Penn Station. Minha primeira visita foi ao Museu de História Natural. Aprendo cada vez mais com os animais a me tornar mais humano.
Coincidências ou não, este foi o primeiro museu que visitei na cidade, quando da primeira vez. Mas nunca mais voltei. Com a minha evolução no tempo, desta vez foi o primeiro que quis visitar.
O Museu de História Natural é um mundo, têm todos os tipos de conhecimento humano que se interesse, dos dinossauros ao modo de vida e evolução das diferentes espécies animais e humanas; étnicas.Fiz o programa completo, assim passei quase 5 horas dentro do museu e posso dizer que não vi quase nada. Comecei com a mostra sobre o Cérebro, uma viagem pelos hemisférios, coordenações, áreas, mapeamento e evolução deste complexo e fascinante órgão , ainda com mistérios a descobrir.
Corri para o terceiro andar para assistir aos quase 40 minutos da evolução dos dinossauros. Um filme extremamente bem feito, quase 3D. Depois desci para o primeiro andar, para o planetário e assisti a evolução e nascimento das estrelas e do sistema solar, formações de nebulosas, buracos negros, estrelas cadentes, mudança da corona solar, anéis de Saturno, satélites.... meu cérebro já estava derretendo com tantas informações. Subi para o segundo andar para a sessão Borboletas, uma estufa lotada de inúmeras borboletas, quente e úmida. Lembrei de minha amiga que conheci na Índia, que adora borboletas e construiu o seu Solar das Borboletas em Nazaré Paulista, entre outras amigas loucas e adoráveis como a Ju, colega de palco que tatuou uma borboleta próximo do púbis. Particularmente , foi a parte menos interessante. Quando você sai da estufa, as americanas quase checam o seu rabo para ver se não têm nenhuma butterfly perdida!!!!!
Stress, peguei um taxi para o Laura Pels Theatre , para a matinê da peça The Milk Train doesn’t stop here ANYMORE, com a fantástica atriz Olympia Dukakis, especialista em papéis femininos de Tennessee Williams, esta peça foi filmada com a Elisabeth Taylor , e pode-se se dizer têm um pouco de todos os outros personagens de Tennessee. Flora é uma senhora que esta escrevendo suas memórias com a ajuda de uma ghost writer, uma secretária na costa azzurra na Itália e recebe uma inusitada visita de um jovem que conhecerá há anos. Christopher seria a última esperança , ou o anjo da morte , desta personagem tão frágil como a Blanche ou Amanda, ou as outras mulheres-homens do dramaturgo. Uma ótima peça. Os diálogos são geniais, com um humor inteligente: Se até os passaportes têm sua data de validade , por que seria diferente com os convites???....
Quinta avenida, vitrines, que como bom brasileiro e bem do interior, sempre adorei ver vitrines. Em Nova York , assim como Paris, passo dias vendo vitrines até embaraçar a visão... Para completar o cardápio do dia: MOMA. Definitivamente o MOMA é o melhor museu do mundo. O acervo permanente com O Demoiselles D’Avignon de Picasso, que mudou definitivamente o olhar e a arte do século XX, já vale a visita. Chagall, Van Gogh, Matisse ... são tantos. OS Hotkos são de se olhar de joelhos, Pollocks imensos e outros do expressionismo nova-yorkinos como Motherwell, De Kooning. Com tanta experiência em um só dia senti até uma dor na alma e no peito. Uma exposição sobre desenhos e traços no século vinte entre Kandisky, Schitters, estava Ligia Clark. Poderia morar no MOMA!!!!!!!
Voltei caminhando para casa, pela quinta avenida, Times Square iluminada com o clarão de seus neons. Na cama minha retina pulsava, minha alma pulsava com tantos estímulos, quase explodi como uma nebulosa, e como uma estrela cadente, caí num sono profundo.
Fotos: Fabricio Matheus
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