sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

DIARIO DA CORTE V



Vissi d’arte, vissi d’amore,
non feci mai male ad anima viva!
Con man furtiva
quante miserie conobbi aiutai.
Sempre con fè sincera
la mia preghiera
ai santi tabernacoli salì.
Sempre con fè sincera
diedi fiori agl’altar.
Nell’ora del dolore
perché, perché, Signore,
perché me ne rimuneri così?
Diedi gioielli della Madonna al manto,
e diedi il canto agli astri, al ciel,
che ne ridean più belli.
Nell’ora del dolor
perché, perché, Signor,
ah, perché me ne rimuneri così?

Nova York é cortada por metrôs, como Paris, como deveria ser São Paulo. Levei exatos 10 minutos de metro da 34 ao Lincoln Center.Minha primeira Ópera neste complexo de arte e música foi em meados dos anos 90 e foi Madame Butterfly de Puccini, que entre La Traviata são as minhas preferidas. Adoro um drama, lágrimas, dor , sofrimento e muito , muito amor!!!!
Já tinha visto uma montagem de Tosca em Bologna, e não tinha expectativa nenhuma, mas sempre que visito Nova York, entre novas peças , principalmente off-broadway, procuro sempre assistir um espetáculo no Lincoln Center, que têm três salas, a de Ópera central , à direita de música clássica e à esquerda geralmente de ballet.Já vi o Quebra – Nozes, Aida, entre outras Óperas e até o ballet Les Sylphides.
Confesso que estava cansado, não parei um instante. Mais mal a cortina se abriu, e Tosca começou, o espetáculo foi tão contagiante que acabou sono, cansaço e tudo o mais. Na ária Vissi d’Arte, a soprano Sondra Radvanovsky fez o Met parar, eu fiquei sem respirar , assim como todo o teatro. A cantora comparada a Callas foi ovacionada por mais de 15 minutos, fiquei tão facinado que perdi a compostura e fui perguntando sobre o que as pessoas tinham achado. Sondra hoje leva as pessoas ao Met.
Muitas assistiam a montagem pela segunda vez, o que contrariou as críticas , pois quando esta montagem dirigida pelo diretor cênico suiço Luc Bondy’s estreou no ano passado, foi um fracasso de crítica, pelos cenários limpos, às vezes compardos à pintura de Edward Hopper, mas que o tempo e o público consagrou como uma grande montagem.
Segundo o programa o diretor quis deixar a cena limpa e privilegiar a música, os interpretes e as canções; por isso selecionou os melhores .
Sondra como Flora Tosca , emocionou e encantou o Met lotado. A soprano com voz de timbre incomum e vibrato rápido, timbre agudo, especializada em Verdi, fez sua estréia como a Mimi de La Bohème , com formação em arte dramática , têm uma sensibilidade e presença cênica espetácular.
No intervalo, entre o segundo e terceiro ato, bebi minha champagne “comme d’habitude” para celebrar minha viagem e minha vida.
Aliás na última vez que estive no Met, cometi um mico leão dourado. Na na fila para comprar a champagne, o senhor na minha frente pediu uma, em seguida , eu disse : “ The same” , pensando ser a champagne da casa, mas era uma francesa a $18 dolares a taça.
Marcelo Álvares, tenor argetino, interpretou Cavaradossi, com qualidade , mas certamente com menos brilho que Sondra, seu “Lucevan le Stelle” foi bom, mas não deixou o Met sem respirar.
Terminei minha viagem com chave de ouro, como o teto do Met. Voltei encantado e apaixonado pela voz de Sondra.
Precavido tinha comprado um despertador na Canal Street, pois teria que acordar ás 3:30 para ir para o aeroporto e voltar ao Brasil.
Agradeço meu primo pela hospedagem.Foi mais uma viagem em que vivi e aproveitei cada segundo intensamente, that’s the life! Cheers!.

www.sondraradvanovsky.com

Fotos :Fabricio Matheus


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