quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

SANTOS I (PELA MANHÃ)



Nesta terça-feira , fiz algo diferente e simples ,mudança na rotina: - Fui com uma amiga para Santos. Já conhecia a cidade , passeias algumas férias na infância. Depois ia visitar outra amiga que conheci na Índia e que insistia para que eu voltasse mais a cidade. Dizia –me sempre que tinha muito a se fazer, e realmente têm.
A minha amiga que conheci na Índia , hoje mora em Nazaré Paulista. E minha amiga que viajou comigo, é fã da cidade, empolgada e conhecedora. Assim rumamos ao litoral. Dia ensolarado, céu azul, da Imigrantes já avistávamos o mar.
Paramos na XV de novembro , antiga rua ainda de paralelepípedos, caminhamos passamos pela antiga Câmara dos Vereadores, com detalhes e entalhes de madeira na parede.Tetos de vitrais, piso de mármore quadriculado branco e preto, um pouco mal conservado, mas dá para se notar a opulência desta cidade portuária que viveu seu boom no auge da exportação do café, o ouro-verde. As calçadas da XV de novembro exibem o grão de café desenhado.
Passamos na Bolsa do Café, antigo pregão. Hoje abriga o museu e um charmoso café com uma lojinha e souvenirs. A Bolsa ostenta toda a suntuosidade em estilo clássico, art-nouveau, com detalhes no teto, colunas, piso. O salão central oval, com mobiliário de jacarandá. As cadeiras numeradas em círculo, sendo que cada comerciante adquiria , comprava a sua e passava aos descendentes.
Um lindo vitral no teto, ao fundo um painel de Benedito Calixto. No segundo andar, exposições explicativa sobre o grão de ouro.
Pelo Cais Valongo Paquetá, passamos pelo Palacete Mauá, a casa mais antiga da cidade. Pelas ruínas da antiga Câmara onde será construído o Museu Pelé. Em frente a Estação do Valongo que antigamente servia de transporte para o café , do trem vindo de Campinas e Jundiaí. Hoje a Estação abriga A Secretaria de Turismo,em estilo vitoriana, pela influência inglesa, para onde ia quase todo café exportado, com leões e o relógio para lembrar que “Time is money”(Tempo é dinheiro). Ao lado o Santuário de Santo Antônio do Valongo.
Pela rua do comércio, passamos pela Casa da Frontaria Ajulejada, antiga residência de um comerciante português, depois hotel e depois depósito de adubo, recuperada pela prefeitura , hoje é uma galeria com exposições esporádicas. A atual chamada de Santos 2olhares com fotos da cidade pelos fotógrafos Boris e Berenice Kauffmann.
Uma iniciativa da prefeitura da cidade, criou o projeto Vovô sabe tudo, para que as pessoas da terceira idade fossem os guias dos locais turísticos, e funciona muito bem. Os guias além de conhecer a história, pois moraram e nasceram em Santos , nos contam a história dos locais turísticos com uma paixão que é impossível não se interessar e querer saber mais . Este projeto cidadão é um exemplo que deveria ser seguido por outros locais turísticos.
Passamos pela fachada da casa do Frei Bartholomeu de Gusmão, patrono da aeronáutica e conhecido como o padre voador, um dos personagens históricos da cidade.
Fomos a praça dos Andradas, onde fica a Cadeia Velha e o Teatro Guarany, recém reformado com tetos com pintura do Paulo Von Poser.
Seguimos pela avenida São Francisco, visitando o Palácio Saturnino de Brito, restaurado e mantido pela Sabesp. O prédio com fachada clássica ,reformado em 1936 no estilo art-nouveau foi a sede da Comissão de Saneamento da cidade chefiada pelo engenheiro Saturnino, que fez uma verdadeira revolução na cidade , com as construções dos canais de drenagem de água e rede de esgoto, para atender o boom da cidade que de 5 mil habitantes , passou para 40 mil. O saneamento foi responsável pela melhoria da qualidade da água e prevenção contra as pestes que dizimaram a cidade devido ao seu crescimento descontrolado em busca do dinheiro que trazia a exportação do café. Toda esta história e mais, foi nos contada com entusiasmo pelo Pedro, um dos guias locais.
O Palácio abriga entre objetos de engenharia hidráulica, objetos pessoais de Saturnino de Brito, mapografia da época, fotos e outros registros. O Salão principal exibe o vitral “Os Bandeirantes” do artista alemão Conrado Sorgenicht, o mesmo que fez os vitrais do Mercadão de São Paulo.
Quase no final da manhã, subimos o Monte Serrat pelo bondinho funicular. Lá ficava um antigo cassino,palco das jogatinas e diversões da época, hoje salão de festas e um bar. Do mirante de Monte Serrat avista-se toda a cidade. Pode se visitar também o Santuário de Nossa Senhora de Monte Serrat, uma pequena capela branca em estilo colonial, atualmente em reforma.
Terminamos nossa manhã, já tarde, com uma pausa estratégica e almoço de pescados no calçadão, cujas casas restauradas oferecem opções gastronômicas ao bel prazer do turista.

Fotos:Fabricio Matheus






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