“...l’attribution ne consister par simplesment à jongler avec lês noms d’auteurs, mais à replacer une oeuvre dans um contexte nouveau que permet de mieux compreendre Le language de l’artiste.”Michel Laclotte
“Recorda os dias que se foram, repassa gerações e gerações...Pergunta ao teu pai e ele contará, interroga os anciãos e eles te dirão”.Deuteronômio 37,2
Em menos de duas semanas visitei duas vezes a Fundação Ema Klabin situada num casarão inspirado no Palácio de Sanssouci, em Potsdam na Alemanha projetada pelo arquiteto Alfredo Ernesto Becker, em meados dos anos 50 para abrigar a crescente coleção reunida por Ema.
Na minha primeira visita , fui com uma amiga e tivemos uma visita guiada mais interna, em português e fiquei fascinado pela coleção que reúne entre inúmeras obras de arte adquiridas no período do pós guerra e orientada entre outros especialistas por Pietro Maria Bardi que na mesma época construía a coleção do MASP. A coleção iniciada com Ariadne de Greuze, reúne entre outros artistas: -Franz Post, Tarsila do Amaral, Renoir , Lazar Segall de dois belíssimos Chagall, só para dar um exemplo. Não quero escrever muito porque é preciso visitar, olhar, descobrir e aprender...
Os jardins projetados por Burle Marx não os explorei na primeira visita pois estava chovendo.
No final de semana fui para o Rio, onde visitei a Fundação Eva Klabin, irmã de Ema. A casa de Eva foi comprada em 1952, uma das primeiras residências da então urbanizada lagoa Rodrigo de Freita. Com dimensões modestas, estilo normando em moda na época. Eva manteve o estilo e fez uma grande reforma para receber sua coleção que como a da irmã crescia a cada dia.Na década de 8, cercou-se de profissionais que começaram a inventariar e pesquisar o acervo, sendo aberta ao público em 1995. Nesta fundação, Eva decidiu nomear os ambientes da casa pelos quais as coleções se distribui. Cada um deles guarda a sua marca e, por vontade da colecionadora, permanecem como ela os deixou. Aqui também entre inúmeras obras de arte se destacam : Flinck, Bosh, Reynolds , Jan Provost, Boticelli...
Na semana seguinte retornei com um primo e um amigo americano à Fundação Ema e fizemos uma visita guiada em Inglês, sempre descobrindo novas obras, novos olhares. O tempo estava maravilhoso e passeamos pelo jardim que abriga um orquidário, esculturas dos cinco sentidos e uma Eva de um artista japonês que lembrou-me Flávio Carvalho.
As duas Fundações possuem um calendário anual de eventos e atividades culturais variadas que podem ser consultados no sites das respectivas.
Ema e Eva eram filhas de Hessel Klabin e Fany Gordon Klabin, imigrantes lituanos vindos para o Brasil no final do século XIX. Hessel, naturalizado brasileiro em 1923, foi um empresário que se distinguiu no desenvolvimento da indústria do papel e celulose no pais. As irmãs além de uma educação primorosa na Europa, conhecedoras e colecionadoras , dedicaram-se a inúmeras atividades filantrópicas e assistenciais, dentre as quais se destaca o papel desempenhado por Ema na construção do Hospital Israelita Albert Einstein em São Paulo.
Em março de 2004 , a Pinacoteca do Estado de São Paulo reuniu as coleções de Eva e Ema Klabin na exposição denominada: Universos Sensíveis.
Maiores informações:
Fotos:Fabricio Matheus
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