terça-feira, 7 de dezembro de 2010

PARANÓIA OU MISTIFICAÇÃO


"Eu invento tudo na minha pintura. E o que eu vi ou senti, eu estilizo."
Parece mentira, mas foi no Brasil que tomei contato com a arte moderna".Tarsila do Amaral

"Eles pagavam 10 dólares a hora (por posar nua) e no Burger King eles pagavam $1,50. Eu vivia dizendo: "Isso é pela Arte". Madonna

Paranóia e Mistificação, é o nome da famosa crítica de Monteiro Lobato, desfavorável à exposição de pintura de Anita Malfatti, que foi um do estopim para a criação da Semana de Arte Moderna de 1922. Lobato foi considerado reacionário, inclusive pelos modernistas, e hoje se percebe que o escritor criticava os “ismos” que vinham da Europa, que ele achava que eram “colonialismo” e “europeizações”.
Abre hoje na Estação Pinacoteca a exposição do pintor alemão Georg Baselitz, um conjunto de 30 obras, denominadas Pinturas Recentes, realizadas durante os últimos doze anos pelo artista nascido em 1938 em Deutschbaselitz, na então Alemanha Oriental. Com obras influenciadas pelo expressionismo alemão, com um mundo de cabeça para baixo e pelo abstrato norte americano, com cores livres, pinceladas agressivas, cores ora fortes ora tênues; Baselitz é considerado um dos grandes artistas da segunda metade do século XX.
Talvez 2010 seja o ano da arte alemã em São Paulo, depois de artistas da Bienal e da Exposição Arte Alemã Moderna no MASP, será graças ao patrocínio do Deutsche Bank? Quem patrocina a arte brasileira?
Resolvi dedicar minha tarde desta terça às Artes; comecei na FAAP , onde inaugurou-se a exposição 42°Anual de Arte, onde são exibidas as obras dos formandos principalmente de Artes Plásticas com dois convidados que participaram do intercâmbio que A Fundação têm com a Cité des Arts de Paris. Exceto por um dos convidados, Rodolpho Parigi, que apresenta uns trabalhos com ampliação fotográfica, carvão e nanquim e uma grande tela intitulada : Magenta Exótica. A maioria dos outros trabalhos são o que poderia denominar-se:-- não arte.É preocupante passar 4 anos estudando arte é produzir o que se expôs ali.
Considero Paris a capital das Artes, quando morei na cidade luz, tive a graça de ter como professor no meu estágio de medicina , um apaixonado por arte , que me fazia visitar os museus , discutia Kandisky entre outros. As grandes, e melhores exposições que vi foram em Paris: de Matisse a Alfred Hitchcock. Um intercâmbio com a cidade luz, ou qualquer cidade na Europa onde pode-se viajar, conhecer outros museus, seria no mínimo estimulante e criativo.Foi decepcionante: O Mal Senso e o Mal Gosto. O artista têm a arte em si. O distanciamento , o contato com a cultura faz-se despertar o que de melhor temos em nós. Não seria uma questão de cópia, mas de crescimento e aprimoramento, aí entra a crítica de Monteiro Lobato, criticado por afirmar ter petróleo em terras brasileira e hoje considerado racista. Há um retrocesso no A R ...na A R... T E... !.
Da FAAP fui para a Pinacoteca ver a exposição de Georg Baselitz, que era na Estação, é será aberta , como escrevi – hoje às 19:00 . Por não ser informado, permitiram-me a gentileza que eu visitasse a exposição em primeira mão. Outro senão: -- a falta de informações nas bilheterias dos nossos maiores museus e na maior metrópole da America do Sul é lamentável!
Enfim, para não perder tempo fui de taxi. Havia um tempo em São Paulo que para se chegar mais rápido aos lugares , ia-se de taxi. Hoje já não é tão verdade, visto que passei mas tempo dentro dos taxis , do que nos museus que visitei. O caminho da FAAP até a Pinacoteca foi o mais esdrúxulo possível: o motorista pegou a avenida Pacaembu em direção a marginal Tietê e acabou saindo na avenida do Estado. Foi claustrofóbico , no dia de minha folga , quando dei por mim, estava cercado pelas carretas de caminhões. Se você não têm um taxista de confiança, pense duas vezes, ou vá com o caminho no seu GPS mental.
De qualquer forma , como Ulisses, mais importante que chegar a Ítaca é a viagem...

Fotos:Fabricio Matheus


Um comentário:

  1. Pinacoteca aí vou eu (vou tentar ir na 5a. pós-OSESP). Boa dica! Quanto à aventura automobilística, pela minha experiência, é daí para pior, infelizmente.

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