domingo, 12 de dezembro de 2010

O TEMPO NO MEIO DO CAMINHO


Hoje correndo pela Sumaré
Entre um de seus canteiros
No meio do nada tinha um relógio perdido
Passei correndo
Mas algo em mim dizia que aquele relógio
Perdido no meio do nada tinha algo a me dizer
Sobre o tempo
O meu tempo
Um segundo antes de alcançar o próximo canteiro
Voltei e apanhei o relógio digital com crônometro
Trazendo-o ao peito e depois guardado no centro da mão
E continuei a correr no tempo
Já em casa pus- me a examinar o objeto
Seus números não eram os mesmos
E continuavam a mudar
Não sou de jogos de azar
Acredito mais que aquele relógio perdido no nada do intervalo dos canteiros
Ainda quer me dizer algo sobre o meu tempo particular
O tempo efêmero
Que buscamos concretizar em ações
Construções
Invisível
que as vezes se materializa num objeto perdido
Num momento em que perdido estou
E passo correndo por um tempo que não é o real
Mais está ali no meio do nada
A me dizer do meu tempo real
Metáforas ou não
Não é todo o dia que se passa correndo
Pelo tempo de um relógio perdido
No intervalo de canteiros
No asfalto
No meio do nada
Há algum mistério neste ato
Neste objeto
Que ainda tento descobrir
Talvez o mesmo mistério
Que faça de mim
o meu mistério maior.

Foto:Fabricio Matheus

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