Independente da opção sexual; se você vivesse com um parceiro ou parceira por dez ou mais anos, compartilhando dores, alegrias , amores... e o seu parceiro viesse a falecer: - Tente imaginar a dor da perda; e se você não pudesse sequer expressar esta dor, este luto no trabalho, em qualquer ambiente e na sua própria vida. Você não poderia compartilhar com o seu chefe , ou seu colega do lado e dizer o quanto você está sofrendo. Você não teria direito a faltar no trabalho para razões pessoais , ou mesmo , se sentisse mal.Você não teria direito a falta para estar com a sua dor.
Certamente teria que disfarçar e maquiá-la. Enxugar e esconder as lágrimas que insistiriam em vazar nos cantos dos olhos. A depressão da dor. Inventar mais uma mentira ; sobre a morte de um parente, primo talvez? A sua verdade e a sua dor ficariam represadas, reprimidas, tolhidas... porventura a alguém mais próximo, poderia dividir sua aflição.
Mais grave, e que não por acaso sua dor o impediu de pensar: -Você não teria direito algum sobre NADA que vocês construíram juntos neste período de relacionamento! Seria justo?
Na sexta-feira, 10 de dezembro , Dia Internacional dos Direitos Humanos, o governo tomou duas medidas no combate à discriminação contra homossexuais.Numa semana em que mais ataques foram noticiados na Avenida Paulista, foi oficializado a política que estende os benefícios da Previdência a companheiros homossexuais. Por meio de um decreto do Ministério da Previdência, alterou-se a base de reconhecimento de uniões estáveis do Instituto Nacional do Seguro Social(INSS). Reconhecia-se a união estável apenas para casais heterossexuais. Agora, os critérios são os mesmos fixados pelo Código Civil para o reconhecimento da união estável . Desta forma, fica estendida ao parceiro , pensões em caso de morte.
A segunda medida publicada, regula a criação do Conselho Nacional de Combate à Discriminação. O Conselho Nacional de Combate à Discriminação (CNCD), foi criado em 2001, órgão ligado à Secretaria Especial de Direitos Humanos, passará a ter a missão de formular políticas para o governo federal que ajudem no combate à discriminação de homossexuais.
Nesta semana o tema Homofobia foi o que mais rendeu comentários e discussões na mídia. Segundo estudo inédito divulgado , das denúncias recebidas pelo Centro de Combate à Homofobia da Coordenadoria de Diversidade Sexual (Cads) entre julho de 2006 e dezembro de 2009; nas 50 situações de violência física relatada, 20% são em casa, 2% no trabalho e 78% no espaço público.
Arte:Fabricio Matheus
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