quinta-feira, 4 de novembro de 2010

BULLYING


"O mundo é perigoso não por causa daqueles que fazem o mal,
mas por causa daqueles que vêem e deixam o mal ser feito." Albert Einstein



Você já sofreu algum tipo de violência? Na escola ? No trabalho? Já tiraram sarro da sua cara de forma que você não sabia onde se enfiar?O seu filho já se queixou que zombam dele na escola? Algum colega já te bateu , ou chantageou? Você já foi vítima, ou esteve próximo de uma vítima de alguma violência e esta violência se estendeu até você?Já falaram mal de sua família na escola? Já espalharam boatos sobre você na escola?Já sacanearam com os seus pertences?Já te obrigaram a fazer algo que você não queria e você só fez para ser aprovado pelo grupo?Já se sentiu humilhado por ser quem você é?Você já sentiu humilharem seus pais e isso lhe doeu?
Já sentiu que seus pais mentiam sobre alguma doença na família? Já te esconderam uma verdade que estava as caras de tão transparente e você se sentiu diminuído e sem valor? Já te mentiram sobre uma doença na família?
Na semana passada assisti na Mostra Internacional de Cinema o filme dinamarquês Haeven, ou Por um mundo melhor, dirigido por Susanne Bier e com roteiro da mesma e de Anders Thomas Jensen, que trata deste tema. Outros filmes atuais , como As melhores coisas do mundo de Laís Bodansky também mexe com o assunto.
Não é fácil crescer, nem para os filhos e nem para os pais. Mas viver é crescer sempre, e crescer dói. Dói ver que nossos filhos cresceram. Que talvez não nos tenha por perto. E dói perdê-los para o mundo. Dói para o filho, crescer e ser aceito pelos colegas, na escola, facul, pela garota ou garoto que apaixonamos. Dói querer ser alguém; e quem somos nós afinal?
No filme de Susanne , um garoto é humilhado na escola por seus colegas. Com a chegada de um novo aluno, que se apieda dele e enfrenta a gangue que zomba dele. Acontece que o novo aluno acabou de perder a mãe. E acha que o mundo está contra ele. Por outro lado, a família do garoto que é constantemente humilhado está abalada com uma recente separação. Seu pai trabalha como médico na Àfrica e atende centenas de vítimas da violência e fome, principalmente mulheres molestadas. Até o dia em que chega para ser atendido, o grande chefe , o que praticava impiedosamente a violência que ele sanava.Tentando ser aceito na escola , e pelo seu único amigo, o garoto cuja família, preza tanto a não violência acaba por aceitar participar de uma ato vingativo que quase lhe tira a vida.Aos poucos, o outro, que estava de mal com a vida, percebe que seu pai escondeu a doença de sua mãe para lhe proteger, por amor...e outros fatos acontecem nesta trama muito bem escrita.
No filme de Laís Bodansky, Mano tenta ser alguém na escola, ser amado pela garota que ele gosta. Ser aceito pela turma e acabar com a violência da escola, que zoa de alguns escolhidos , inclusive ele, cujos pais se separaram, por um motivo pouco comum.
Será que às vezes a paixão não é mera ilusão e o amor ou mesmo a paixão está do nosso lado, nas nossas melhores amigas e vamos buscar o desejo lá longe.... Como aceitar nossos pais como eles são? E como aceitar nossos filhos? Como estar perto dos filhos e continuar pais. Uma das funções básicas da maternidade e paternidade é a educação. Educar é muitas vezes podar, dizer:--NÃO! Como sermos nós mesmos e estarmos juntos de nossos pais? Como conversar com os pais sem deixar de ser filho e sem nos afastarmos deles? A família, a educação na família é uma das preciosidades da vida, dificílima, hercúlea tarefa, certamente a mais gratificante.
O Bullying é um termo inglês , muito atual, é usado para descrever atos de violência física ou psicológica,intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully -  ou valentão) ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying pela turma.
A violência está muitas vezes mais próximas do que imaginamos, às vezes nas telas dos computadores. As informações abundantes muitas vezes nos violentam. Qual a saída? Qual o caminho?
Como as coisas do amor, a violência só é tratada e combatida com amor. Temos que ter cuidado com os nossos e com nos mesmos. Estar presente na vida e no dia-a –dia dos filhos, conjuges , amigos.... Sempre alerta, e sempre prontos para conversar, perguntar , dar e pedir ajuda. Só o entendimento mútuo, com respeito e atenção construirá e fará um mundo melhor. Primeiro temos que construir o dentro de nós e depois pouco a pouco o fora de nós....É dever moral e ético deixarmos o mundo melhor do que encontramos.

PS:Já em DVD o filme espanhol Bullying do diretor Josecho San Mateo. Segundo dados da União Européia 39% das crianças são vítimas de Bullying, sendo mais frequente no Reino Unido, na Espanha 25% o que significa 1 em cada 4 ciranças e o mais alarmante é que o Bullying continua crescendo e fazendo vítimas.Somos responsáveis por isso!

Arte:Fabricio Matheus
Fotos :Fabricio Matheus, exceto a foto 4 do filme Haeven.


Um comentário:

  1. Impressionante como isso se espalha. Creio que foi Vinícius que disse: Heródes é que tinha razão. Eu também já me vi dizendo várias vezes: crianças são crueis, afinal elas não têm parâmetros para avaliar o que é bem e mal. é do aprendizado da vida (acho).Mas o bullying acontece em idades mais avançadas. O que quer dizer isso? As pessoas estão esticando a infância, amadurecendo bem mais tarde? O homem piorou - essa é a verdadeira evolução da espécie? Ou é tanta falta de auto-estima que é o caminho que têm, talvez o único, para se valorizarem como membros da comunidade?
    Difícil de aceitar, difícil de tolerar. O pior é que alguns país apóiam ou até incentivam. Jovens acham isso natural. Escolas/educadores não conseguem controlar (sentem-se também intimidados).
    E que cidadãos serão essas pessoas? Espero não estar por aqui para ver a obra acabada.
    Vou tentar ver o filme. Boa dica!

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