quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

ENTRE TANTOS:SÃO PAULO DO MARTINELLI


Meu coração além de corinthiano é Paulistano.Nesta semana, com as bancas estampadas com o choro do Fenômeno, anunciando a aposentadoria, fui passear pelo centro. Considero Ronaldo meu Pelé, gordo ou magro, sou seu fã. Acho um dos maiores jogadores , junto com o galinho Zico e Romário. Mas não é de futebol que entendo cada vez mais que quero escrever.Quero escrever de São Paulo. Sou apaixonado pela cidade, onde me fiz adulto.
Cheguei em São Paulo em 1983 para estudar e até hoje descubro lugares, volto nos já conhecidos, pois sempre há uma infinidade de opções para explorar a cidade.
Adoro passear pelo centro. Fazia isso quando estudante de direito do Largo da São Fran , curso que abandonei pela Medicina.
Nesta semana , novamente, explorando o centro da cidade desde a praça da Sé, passando pela Caixa Cultural, onde sempre têm ótimas exposições. No momento sobre os 60 anos da Televisão, a instalação Lágrimas de São Pedro de Vínicius S.A. e a imperdível de fotografia, montagem e colagem de Geraldo de Barros: - Entre Tantos :Geraldo de Barros.
A exposição é muito criativa pois Geraldo foi um dos primeiros fotográfos a desenvolver maneiras de produção da imagem a partir da câmera fotográfica. Da sua observação minuciosa dos objetos, pessoas, paisagens, transformava a imagem captada com seu clique , recortando, sobrepondo, raspando os negativos e descobrindo novas facetas e novas dimensões a sua criação.
Há uma cortina de monóculos. Ah!Memória!Ah! Saudade de abrir o armário de minha avó e ficar horas olhando sua caixa com os monóculos. Onde foram parar os monóculos de minha avó. Lembrei de uma especial minha no jardim de casa segurando a roseira, com a camisa do meu primo, que se passou para mim. Eram outros tempos... Entretanto eram tempos, os tempos de minha avó.
O Pátio do Colégio, com seu charmoso restaurante. O CCBB com a exposição do Islã e com um pequeno e também simpático bistrô no terceiro andar defronte ao Teatro.
E pelas veredas da São Bento, deparo-me com o Martinelli que nunca tinha subido. Os horários são manhã das 9:00 às 11:00 e tarde das 14:30 às 17:00, segunda à sexta.
O Martinelli foi o primeiro arranha –céu de São Paulo, inaugurado em 1929.Importante construção para a cidade, sede de vários partidos políticos. No 26° andar , além da vista panorâmica do espaçoso terraço, foi construída a “Casa do Comendador” que é uma réplica de uma Vila Italiana onde morava o arquiteto Giuseppe Martinelli e hoje é uma das sedes das secretárias da prefeitura municipal.
Durante a gestão da prefeita Marta Suplicy, cogitou-se a construção de um restaurante –café , que foi atualmente abandonada. Mas seria um presente à cidade de São Paulo, é uma revitalização do centro, se transformassem este espaço superior do Edifício Martinelli, hoje patrimônio da cidade, num espaço de encontro e cultura.
Foi um prazer admirar São Paulo do amplo terraço de pisos azulejados e colunas nas muretas retorcidas.
Tudo de cima:- O Viaduto Santa Efigênia, o Mosteiro de São Bento, a Libero Badaró, a praça da Sé, o prédio do antigo Banespa , hoje Santander, outra grande visita e vista panorâmica da cidade e a amplidão do horizonte da metrópole de São Paulo, para se brincar de onde está Wally?
O funcionário do edifício e a segurança(mulher) extremamente simpáticos, bem-humorados, contando histórias que foram se somando as minhas, ali no momento. Momentos...
Se você nunca subiu no Martinelli, não deixe de ir. Se você já foi, volte.Passeemos pelo Centro!.

Entre fui e não fui:  Fico
Entre era e agora:  Memória
Entre luz e ausência: Tempo
Entre todas as coisas: Foto
Entre paixão e amor: Foco
Entre cílios: Abertura
Entre tudo: Vejo
Entre branco e preto: Cinza
Entre pensamento e idéia: Palavra
Entre palavras e linha: Entrelinhas
Entre a mão e a máquina: Clico
Entre você e eu: Nós
Entre nós: Todos
Entre tudo: Mundo
Entre lente e mente: Verdade

Fotos:Fabricio Matheus
Entre tantos:Gerado de Barros

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