terça-feira, 3 de agosto de 2010

SAFARI NA AFRICA



Voamos de Cape Town para Nelspruit no nordeste da África do Sul, perto da Suazilândia e nas imediações do Kruger Park , onde se concentra a maior diversidade de parques nacionais e reservas de vida selvagem.
O aeroporto de Nelspruit é todo de madeira e lembra um pouco o de Porto Seguro. Pegamos um carro alugado rumo ao norte pela rodovia R40, passando por Hazyview. As estradas são estreitas, mão única, todas com radares e a velocidade máxima permitida é 80km/h. A sinalização é precária, e perdemos a entrada para o nosso Lodge o Sabie Sand Reserva, e só notamos quando nos deparamos com um dos portões do Kruger Park.
O Kruger Park é a maior reserva de animais do país. Há Lodges de Safaris onde você pode ficar hospedado, ou você pode percorrer no seu veículo, às vezes passando o dia sem ver animal algum . No parque a velocidade máxima é de 40Km/h.
Chegamos atrasados no Resort e já estavam nos esperando em cima do Jipe para o safári da tarde.Tivemos uma orientação básica do funcionamento e horários dos safáris e das refeições. Algumas regras práticas como: - É proibido andar desacompanhado durante à noite no Lodge que parece um hotel- fazenda com chalés muito bem decorados.
Não há nada mais memorável que a selva africana, suas savanas e seus animais. Os safáris são emocionantes e tudo é feito para que funcione como se você estivesse caçando os animais. Como numa brincadeira de esconde –esconde.
Geralmente são vários jipes , de vários lodges que se comunicam entre si avisando onde os animais mais importantes estão, como os big Five. De repente passa se por um rebanho de Impalas. Mas a frente girafas caminhando elegantemente com seu grupo. Um barulho e passa uma família de elefantes.
Seguimos as marcas deixadas pelos animais nas estradas.Enquanto isso, a luz solar pinta do horizonte as mais diferentes cores nas vegetações. Montanhas distantes e céu infinito. Rebanhos de zebras correndo pelas savanas ao entardecer... não há nada mais lindo.
Felizmente, os hóspedes de nosso Lodge eram jovens e animados, o que não é comum ,pois os safáris são caros. Tinha um casal de amigos holandeses, um casal de namorados suíços, sendo que o rapaz morava em Johanesburg e vestia sempre uma camisa escrita Guarujá , que ele nem sabia ser uma cidade balneário do Brasil. Depois chegou uma família de portugueses que moram em Angola e a filha estuda veterinária com especialização em animais selvagens.Tinha um grupo de senhoras espanholas, assanhadas e falantes.
O jantar sempre a luz de tochas de fogo incandescente, dava um clima de rusticidade e encantamento ao ambiente. Saímos antes do amanhecer para o primeiro safári, quando ainda não se findava a noite para que pudéssemos ver o amanhecer dourado do sol sobre as savanas. Os guias sempre nos explicam curiosidades sobre os animais, pássaros , vegetações. Depois do almoço, o safári era caminhando, seguindo pegadas, analisando as fezes , a “merda” dos animais para ver se eram vegetarianos, ruminantes , carnívoros...e etc... Uma infinidade de pássaros, flores exóticas e lagoas ora cheia de rebanhos de búfalos , ora com manadas de hipopótamos, com um pássaro que descansava nas suas costas.
Tivemos sorte com o tempo e pegamos inclusive uma chuva leve , o que tornou animada as buscas, pois facilita enxergar as pegadas dos diversos animais.
Os safáris noturnos são extremamente interessantes por quê no meio da noite e da mata escura, a lanterna, nos descobria o brilho dos olhos de um leopardo, ou uma coruja no alto de uma árvore.
Os ventos influenciam os animais que correm, e galopam em grupo deixando uma poeirae o cheiro de terra. O som da selva é música. Observar os animais é aprender também sobre instintos, sobre a natureza e sobre você mesmo.
No Lodge somos estimulados a um suspense e muitas vezes estamos constantemente a procura dos animais. Os sapos verdes se aproximam coaxando e anunciando chuva. Os largatos tomam chuva ou sol nas pedras à beira da piscina, sossegados como se não houvesse o tempo. Algumas vezes , recebíamos visitas de camaleões.
Há caminhos que se pode fazer sozinho, com pontes bambas de madeiras sobre riachos.Lagos que refletem árvores repletas de Calaos. Parecia que tínhamos entrado no reino do Rei Leão da Disney.
A noite sempre coalhada de estrelas e um luar que dá um brilho ao azul escuro da noite, embalada pelos sons dos grilos e insetos mil . Às vezes no terraço do chalé esperando por mais um leão, ou outro animal. Éramos surpreendidos pelo brilho fugaz de vaga-lumes que se misturavam as estrelas cadentes, ou assustávamos com os uivos de lobos selvagens, babuínos, hyenas e javalis...Ou o próprio vento nas folhas das árvores ou o vôo de um morcego fazia nossa imaginação ir tão longe quanto estávamos.
Seguir uma família de leões, e o macho guiando a fêmea com uivos, os leõezinhos cambaleantes. Perseguir um rápido esguio leopardo. Passar por rinocerontes que nem sequer notam que você existe, ou fazem que não notam. Jacarés, e mais e mais animais.
A maioria dos Lodges pertecem à empresários ingleses. Os empregados são todos negros , africanos. Não existe trabalho registrado e muitos trabalham pela gorjeta. No último dia deixam inúmeros envelopes no chalé para a distribuição das “tips”.
A infra-estrutura dos Lodges é de primeira. A comida excelente, a carta e adegas de vinhos de tirar o chapéu de Indiana Jones. Degustamos o Porcupine Ridge e o Hidden Valley que já os encontrei em São Paulo. Toda a estrutura do local e os serviços são orientados para que você se divirta. Para que você veja e viva a África como uma grande aventura .



Fotos:Fabricio Matheus e Conor O'Byrne

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