domingo, 4 de outubro de 2009

O DIREITO DE DECIDIR QUANDO MORRER ou A EUTANÁSIA DOS OUTROS


“ A dor, sofrimento e o esgotamento do projeto de vida, são situações que levam as pessoas a desistirem de viver” Silva Pinto


É noticia da capa do Jornal Folha de São Paulo deste domingo a inglesa com doença degenerativa que obteve na Justiça mudança sobre a lei do suicídio assistido. A britânica , cuja situação é irreversível, pode morrer quando seu estado lhe for “inaceitável”. Ela afirma que, para a própria surpresa, gosta muito da vida e com eloquência incomum , diz não ter idéia de quando seu desejo virará fato e completa: “Agora que tenho clareza sobre isso, posso pensar em outras coisas como viver e não pensar mais na morte”.
Como ela, vários outros britânicos brigam pelo direito de morrer. No site Dignity in Dying, uma ONG que faz lobby pela legalização do suicídio assistido e dá aconselhamento jurídico, médico e psicológico a quem quer morrer antes de definhar, há 35 histórias como a de Debbie Purdy.
Países como a Suiça, Holanda, Bélgica e alguns Estados Americanos a prática tanto da eutanásia quanto do suicídio assistido é considerado legal , com serviços devidamente autorizados para tal assistência. A morte digna é uma questão a se pensar.
No Brasil é considerado ilegal.A eutanásia é uma complicada questão de bioética e biodireito. O Estado tem como princípio a proteção da vida dos seus cidadões, e promover a saúde dos mesmos. No caso de cidadãos com estado precário de saúde, vivendo a custas de respiradores, seria ou não responsabilidade do estado proporcionar uma morte digna? E como fica a religião? É um tema assaz controverso, mas que deve ser discutido e pensado.
A Eutanásia é a prática pela qual se abrevia a vida de um enfermo incurável em situações precárias de vida de maneira controlada e assistida por um especialista.
A eutanásia pode ser classificada basicamente em dois grupos: - A Eutanásia ativa que conta com ações que têm por objetivo por o término a vida, na medida em que é planejada e negociada entre o doente e o profissional que vai levar o ato ao termo.
- A Eutanásia passiva, não provoca deliberadamente a morte, mas com o passar do tempo, conjuntamente com a interrupção de todos e quaisquer cuidados médicos e farmacológicos ou outros , o doente acaba por falecer.
A distinção básica entre eutanásia e suicídio assistido é que na eutanásia é uma terceira pessoa que executa, sendo esta terceira pessoa um profissional da área médica. No suicídio assistido é o próprio doente que provoca sua morte, ainda que para isso disponha da ajuda de terceiros que não precisa ser profissionais da saúde , podendo ser um “cônjuge”, parceiro, parente ou amigo próximo.
A distanásia é o oposto da eutanásia, defende que deve ser utilizadas todas as possibilidades para prolongar a vida de um ser humano, ainda que a cura não seja uma possibilidade e o sofrimento se torne demasiadamente penoso. O quê você acha ou pensa sobre este tema tão polêmico? Em tempos de Reality Shows onde a Morte é filmada e transformada em arte ou showbussiness. Onde caberá o HUMANO do HOMEM?

2 comentários:

  1. Acho que a vontade de cada um deve ser respeitada acima de tudo, acima da bioética ou biodireito, desde que o que se pretenda seja o bem próprio ou alheio.
    Particularmente, se eu chegasse a antever o meu fim, um fim doloroso de meu ponto de vista, eu gostaria de decidir o que fazer comigo; e se não tivesse a capacidade de poder decidir que alguém o fizesse com coragem e pensando no que eu sou, no que eu gostaria de ter feito se pudesse decidir. Gente que conhece a gente de fato sabe o que tem de ser feito, mas comumente vem a crise de consciência, o medo, a falta de coragem. Muito sofrimento poderia ser poupado de todos os lados.
    Um tema bem interessante, e bem explorado. Parabéns!

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  2. Nossa! Que pergunta difícil! Só quem passa por isso pode ter uma opinião mais elaborada sobre o caso. Afinal, ninguém gosta de sofrer ou ver os outros sofrendo. A não ser os sádicos, masoquistas, esquizofrênicos e afins.

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